*Colaborou Daniel Almeida
Moacir Barbosa Nascimento, mais conhecido somente como Barbosa, nasceu no dia 27 de março de 1921, na cidade de Campinas, no interior de São Paulo. Em sua vitoriosa carreira, ele teve passagens por ADCI de São Paulo, Ypiranga, Vasco da Gama, Bonsucesso, Santa Cruz e encerrou a carreira no Campo Grande, do Rio de Janeiro.
Mas o goleiro ficou popularizado em razão do trágico desfecho na Copa do Mundo de 1950, quando ele defendeu a camisa da seleção nacional. No dia 16 de julho daquele ano, o país parou na frente dos rádios para ouvir a final entre Uruguai e Brasil, no Maracanã. Comandados por Flávio Costa, os donos da casa entraram em campo com o então tradicional uniforme branco, que seria utilizado pela última vez em Mundiais.
Infelizmente para Barbosa, aquela tarde não lhe reservou boas lembranças, pois o arqueiro foi tido como culpado pelo gol do também falecido Alcides Ghiggia (1926 – 2015), que garantiu o bicampeonato uruguaio em pleno território inimigo e frustrou o sonho brasileiro de erguer a taça inédita à época.
O segundo tento da equipe charrúa, que decretou a vitória por 2 a 1, fez milhões de brasileiros chorarem por todo o país e deixou uma ferida até hoje aberta, tornando o termo “Maracanazo” comum e motivo de piada durante a Copa de 2014 – em casa novamente depois de um intervalo de 64 anos -, antes da histórica goleada sofrida por 7 a 1 contra a Alemanha, futura campeã.
Desde aquele chute de Ghiggia, Barbosa foi discriminado até o dia de sua morte pelos torcedores brasileiros que tanto amava. Ele só voltou a vestir a camisa da seleção nacional no dia 12 de março de 1953, na vitória por 2 a 0 sobre o Equador, em partida válida pelo Campeonato Sul-Americano, a atual Copa América.
No mesmo ano, o arqueiro do Vasco da Gama sofreu fratura na perna ao chocar-se com o atacante Zezinho, do Botafogo, em jogo válido pelo torneio Rio–São Paulo, o que impossibilitou de disputar a Copa do Mundo de 1954, na Suíça. Depois da lesão, ele nunca mais foi convocado para a seleção brasileira.
Em 7 de abril de 2000, Barbosa faleceu aos 79 anos, na cidade de Praia Grande, em São Paulo, devido a uma insuficiência respiratória. Portanto, ele não pôde ver a Copa do Mundo novamente no Brasil. Tampouco teve tempo para ser inocentado da falsa culpa pelo gol sofrido em 1950, deixando um legado e se tornando uma lenda para o futebol mundial.
