1976: a tomada do Rio de Janeiro

    1976: a tomada do Rio de Janeiro

    Após 40 anos da invasão corintiana, documentário relembra o histórico fato com entrevistas e imagens de arquivo.

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    Mais de 50 mil pessoas de forma espontânea, em um tempo distante da era da internet, decidem viajar 433 km para assistir uma semifinal de Campeonato Brasileiro, torcendo por um time que não era campeão há 22 anos, tido como azarão, e diante de uma das equipes mais talentosas do futebol brasileiro?

    Sim, existiu. Quem viu, viu. Quem não viu, nunca mais verá. A invasão corintiana de 1976 foi um evento histórico, cheio de peculiaridades, que transcende a barreira de de qualquer outra coisa no futebol.

    Para os mais novos e/ou menos informados, trata-se da semifinal do Brasileirão de 1976, entre Fluminense e Corinthians, disputada no Maracanã em jogo único. Mesmo sendo no Rio, o público de 146 mil pessoas era metade tricolor, metade alvinegro.

    "1976: O ano da invasão corinthiana" (2016) (Foto: Divulgação)
    “1976: O ano da invasão corinthiana” (2016) (Foto: Divulgação)

    Fruto de uma intensa invasão de paulistas, que tomaram a rodovia Dutra e as praias cariocas na véspera da partida. Hotel? Pensão? Casa alugada? Que nada! A festa durou a noite inteira, em Copacabana, o acampamento da Fiel.

    Nada mais justo que, 40 anos depois, um documentário eternize a história no formato de cinema. É o tema de “1976 – O Ano da Invasão Corinthiana” (2016), dirigido por Ricardo Aidar e Alexandre Boechat.

    O longa talvez não explore o tema de uma forma mais emocional e nostálgica, e nem se arrisca a buscar um modelo que fuja do padrão entrevistas-imagens de arquivo. Mas a parte informativa, objetivo principal do filme, é irretocável.

    O contexto envolvendo a fila alvinegra, a saída conturbada do ídolo Rivelino e a consequente reformulação no elenco, as provocações entre as diretorias de Corinthians e Fluminense.

    Tudo isso, como o filme deixa claro, ajuda a entender a peregrinação corintiana, mas não a explica. Afinal, a explicação talvez nem mesmo saiba aquele grupo de amigos que entraou novamente em uma kombi em direção ao Rio, 40 anos depois, a convite da produção, para relembrar o passado. Apenas fizeram.

    Mesmo pecando em subaproveitar o conteúdo romântico do fato histórico, o documentário é uma importante obra para contextualizar aqueles que nasceram após a década de 70, e que convivem hoje com um futebol completamente diferente. Vale assistir.

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