A antiga relação entre técnicos brasileiros e a liga equatoriana

A antiga relação entre técnicos brasileiros e a liga equatoriana

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Longe de ser um dos principais torneios do continente, o Campeonato Equatoriano conta com uma estatística curiosa: nas 58 edições realizadas até hoje, em apenas 15 delas o campeão contava com um técnico local no banco de reservas.

Se no Brasil é incomum a utilização de técnicos de fora, no Equador é completamente usual. A lista de estrangeiros é imensa, com representantes de vários países – incluindo o Brasil. O maior exemplo é o argentino Edgardo Bauza, bicampeão equatoriano com a LDU, que está em evidência por aqui por ter assumido o comando do São Paulo.

Ao todo, foram dez conquistas de técnicos brasileiros, o que representa o terceiro maior contingente, atrás apenas de argentinos (20) e equatorianos (15). Conheça abaixo os cinco professores-desbravadores tupiniquins que tiveram sucesso no Equador:

Francisco de Souza (Gradim) – Barcelona

Mais conhecido como Gradim, Francisco de Souza Ferreira foi o primeiro brasileiro a desbravar o recém-fundado Campeonato Equatoriano, que estava em sua quinta edição.

Gradim (centro) em seus tempos de treinador do Vasco, antes de se mudar para o Equador (Foto: Reprodução)
Gradim (centro) em seus tempos de treinador do Vasco, antes de se mudar para o Equador (Foto: Reprodução)

Em 1963, comandando o Barcelona de Guayaquil, Gradim ajudou sua equipe a vencer o quadrangular final, conquistando o segundo título equatoriano de sua história. Até então, nenhum técnico equatoriano havia levantado o troféu, fato que se manteve até o ano seguinte.

No Brasil, Gradim já era bastante conhecido. Ídolo do Vasco, foi campeão carioca como jogador e como técnico, em 1934 e 1958, respectivamente.

José Gomes Nogueira – LDU

Muito menos conhecido no Brasil do que Gradim, José Gomes Nogueira foi o segundo brasileiro a levantar o troféu nacional no Equador, pela LDU, em 1969.

A conquista foi marcante: era a primeira vez que o clube era campeão equatoriano. Desta vez, o torneio foi disputado em formato de pontos corridos. Após 26 rodadas, a LDU superou o América de Quito, vice, com 5 pontos de vantagem.

O técnico também ficou marcado por uma breve passagem pela seleção peruana no início da década de 1960. No Brasil, sua maior projeção aconteceu ao assumir o Corinthians interinamente em 1957.

Otto Vieira – Barcelona

A hegemonia brasileira entre técnicos se manteria nos dois anos seguintes. Otto Vieira, no comando do Barcelona, impôs em 1970 e 1971 o primeiro bicampeonato consecutivo da liga equatoriana.

Maior ainda era a hegemonia do Barcelona no torneio. Com o bi, a equipe totalizou cinco taças, contra três do Emelec, segundo maior campeão. Otto Vieira ainda conquistaria a sexta em 1980, sendo sua terceira.

Com o feito, Otto se igualou ao equatoriano Héctor Morales como técnico mais vitorioso da liga e anunciou sua aposentadoria, entrando para a história do clube. Curiosamente, foi substituído pelo próprio Morales, que levou o bi no ano segunte.

Roberto Abrussezze – El Nacional

Futuro técnico Roberto Abrussezze, enquanto ainda era jogador (Foto: Reprodução)
Roberto Abrussezze, enquanto ainda era jogador (Foto: Reprodução)

Jogador com passagens por Botafogo e Flamengo na década de 1960, Abrussezze fez sua carreira como técnico toda no exterior. Começou no Nacional-EQU em 1983, e a estreia não poderia ter sido melhor.

Abrussezze não somente levantou o troféu em 83, como também em 84 e 86, se igualando a Otto Vieira como o treinador brasileiro mais bem sucedido no Equador.

Em 2009, o técnico, que mais tarde se naturalizaria italiano, comandou o Espoli, do Equador, na sua última empreitada na primeira divisão nacional. No entanto, jamais voltou a ser campeão no país sul-americano.

 

Paulo Massa – El Nacional/LDU

O mesmo El Nacional voltaria a contar com a ajuda de um brasileiro para conquistar o título em 1996, desta vez com Paulo Massa.

Dois anos depois, Massa conseguiria um feito inédito para técnicos brasileiros no Equador: ser campeão por duas equipes diferentes. Em 1998, foi a vez de celebrar a taça no comando da LDU.

Foi a última vez que um técnico brasileiro conquistou o Campeonato Equatoriano. De lá para cá, houve um domínio de treinadores argentinos, que foram responsáveis por nada menos do que 11 títulos da liga local.

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