A gloria inalcançada de Dragan Džajić

A gloria inalcançada de Dragan Džajić

Como o maior jogador da história da Iugoslávia ficou no quase na Eurocopa de 1968

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Dragan Džajić é uma lenda dos Balcãs. A região do leste europeu, prolífica em talento, já foi diversas vezes comparada ao Brasil em termos de futebol. No auge político – sob comando de Tito -, o futebol também surfava nas melhores ondas na década de 60.

Em 1966, o Partizan quase levou o Campeonato Europeu de Clubes, mas perdeu a final para o Real Madrid. A consagração de uma geração que brilhava aconteceu na Eurocopa de 1968.

O objetivo era vingar o vice-campeonato em 1960, quando a Iugoslávia perdeu para a União Soviética. O sentimento também se misturava à frustração da derrota nas semifinais da Copa do Mundo de 1962 para a Tchecoslováquia.

Torneio da redenção

Com uma equipe-base jovem e recheada de grandes jogadores, a seleção do leste europeu chegava forte ao principal torneio europeu. Com Paunovic e Fazlagić na zaga, Pavlovic cadenciando o meio-campo e Vahidin Musemić como centroavante, os iugoslavos eram temidos até pelos países mais tradicionais.

E o maior motivo para isso era a presença de um canhoto que encantava(ou) até Pelé. A lenda Dragan Džajić, com apenas 22 anos, já brilhava pelo Red Star, onde permanece até hoje como um dos maiores ídolos da história.

Dragan Džajić em ação pelo Red Star (Foto: Divulgação/crvenazvezdafk.com)
Dragan Džajić em ação pelo Red Star (Foto: Divulgação/crvenazvezdafk.com)

A força foi vista já na fase de qualificação. Em um grupo com Alemanha e Albânia, os azuis terminaram na liderança e deixaram os alemães fora da Eurocopa, fato impensável à época e nos dias de hoje. O recado estava dado.

O grande trunfo: Džajić

Para a fase final, Džajić se inspirou e mostrou ao mundo o poder da sua perna esquerda. Peça fundamental nas semifinais diante da Inglaterra, quando os iugoslavos venceram por 1 a 0, na Itália, com gol justamente do ponta-esquerda.

Diante dos atuais campeões mundiais e de Bobby Moore, Džajić mostrou porque é considerado o melhor jogador da posição da história das Eurocopas e o grande jogador da história da Iugoslávia. Aos 42 minutos naquela noite, ele marcou, de direita, o tento que levou os iugoslavos à final da competição.

A equipe da final (Foto: Reprodução/soccermon.com)
A equipe da final (Foto: Reprodução/soccermon.com)

Ao melhor estilo Garrincha canhoto, atormentou os defensores na fase final da Eurocopa de 1968. Na decisão, diante dos italianos, em solo romano, a pressão da torcida não afetou a Iugoslávia. Com futebol ofensivo e com fluência no meio-campo, a vitória parecia inevitável.

Džajić abriu o placar no primeiro tempo, com toque suave na saída do histórico Zoff. Porém, Domenghini, em cobrança de falta, empatou e deu sobrevida aos italianos. Por 10 minutos, os iugoslavos não ficaram com o título.

No segundo jogo, Rajko Mitić escalou praticamente o mesmo time. Mesmo diante de tal cenário, a pressão da torcida e Gigi Riva fizeram com que os iugoslavos esmorecessem. Os gols de Riva e Anastasi acabaram com o sonho do país.

Porém, o legado de Džajić estava só começando. O primeiro grande canhoto dos Bálcãs enchia de orgulho a nação. O futebol brasileiro estava bem representado no leste europeu.

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