A glória palestrina diante do “ataque dos cem gols”

A glória palestrina diante do “ataque dos cem gols”

Relembre o primeiro confronto épico entre Palmeiras e Santos, no Campeonato Paulista de 1927

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O Palmeiras superou as expectativas e, após viver o drama de quase ser rebaixado para a Série B do Brasileirão pela terceira vez, chega a uma decisão de Campeonato Paulista depois de seis anos. O Santos não é diferente, com uma campanha mediana no Brasileirão 2014 e um elenco recheado de jovens atletas, o Alvinegro Praiano calou os críticos e conseguiu chegar à sétima final consecutiva de Paulistão. O primeiro jogo da grande decisão acontece neste domingo (26).

Heitor, um dos maiores ídolos palestrinos (Foto: Divulgação/palmeiras.com.br)
Heitor, um dos maiores ídolos palestrinos (Foto: Divulgação/palmeiras.com.br)

Porém, em 1927, a história destes dois grandes clubes brasileiros era um tanto quanto diferente. De um lado, o ataque dos cem gols formado por Araken Patusca e Feitiço. Do outro, o Palestra liderado pelo grande zagueiro Bianco Gambini e o maior artilheiro da história do verdão, Heitor. Lendas que escreviam os primeiros capítulos do futebol brasileiro.

Em 16 jogos, o ataque santista possuía uma média assustadora de 6,25 gols por partida, algo inimaginável para os dias de hoje. Algumas das vítimas do Santos foram o Ypiranga, que perdeu por 12 a 1, sendo que sete gols do Peixe foram marcados por Araken. Sobrou até para o Timão, derrotado por 8 a 3, em uma das maiores goleadas da história do confronto.

Já o Palestra Itália vinha embalado pela conquista da competição no ano anterior, e almejava um bicampeonato inédito em sua história. Se o Santos era conhecido pelo alto número de gols, o Verdão era respeitado por sua regularidade, fato comprovado após terminar de maneira invicta, e em primeiro lugar, a fase inicial do Paulistão.

Naquela ocasião, o Campeonato Paulista da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos) era formado por 14 equipes que se enfrentariam em apenas um turno, com os quatro primeiro colocados classificando-se para um quadrangular final. Desta maneira, avançaram: Palmeiras, Santos, Corinthians e Guarani.

O Peixe venceria o Guarani por 4 a 2 e o Corinthians por 1 a 0, sendo o confronto diante do Palmeiras o derradeiro. O Verdão por sua vez, também derrotaria o Bugre por 4 a 2 e enfrentaria o Santos na penúltima rodada, precisando da vitória para sagrar-se bicampeão. De acordo com o regulamento, os pontos da primeira fase eram conservados no quadrangular, por isso a vantagem Palestrina.

No jogo decisivo, uma vitória heroica e histórica diante do “Ataque dos Cem Gols” em plena Vila Belmiro. Os gols do Palmeiras foram marcados por Tedesco, Lara e Perillo. Evangelista e Camarão marcaram para o Santos.

Porém, a campanha não acabaria de forma invicta, já que no último jogo, de ressaca após a conquista do título, o Palestra perderia para o Corinthians por 3 a 1.

A campanha histórica serviu para consagrar de vez o artilheiro Heitor. Muitas vezes esquecido quando se fala do clássico entre os times, o forte atacante é um dos maiores atletas da história palestrina. 327 gols em 258 partidas.

Do outro lado, o ícone Araken Patuska. Elegante e cheio de classe, o atacante comandou um Santos histórico. Fez parte da seleção brasileira na Copa do Mundo de 1930, sendo o único paulista do elenco, e, anos depois, conquistou o Campeonato Paulista pela equipe santista em 1935.

Em 1927, no embate dos ídolos históricos, melhor para o primeiro notável palestrino. Aquele que dignificou ainda mais uma história que já começava a ser grande. O Clássico da Saudade já deixava saudosistas os fanáticos por um futebol bonito.

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