A revanche no Superclássico

A revanche no Superclássico

Boca Juniors e River Plate se enfrentam pelas oitavas de final da Libertadores nos dias 7 e 14 de maio

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River eliminou os Xeneizes na Sul-Americana em 2014; Boca goleou os Millonarios na pré-temporada de 2015 (Fotos: Prensa Boca Juniors / Javier García Martin)
River eliminou os Xeneizes na Sul-Americana de 2014; Boca goleou os Millonarios na pré-temporada de 2015 (Fotos: Prensa Boca Juniors / Javier García Martin)

O que começou como possibilidade remota acabou sendo confirmado na noite desta quinta-feira (16): Boca Juniors e River Plate se enfrentarão novamente em um torneio de nível continental, repetindo uma série histórica de confrontos.

Como se não bastasse a própria atmosfera do Superclássico, que é envolvente a ponto de paralisar todo o país, os eternos rivais viverão um clima de revanche no próximo mês de maio. Afinal, ainda são latentes os últimos duelos entre ambas as equipes.

Para explicar a dimensão desses jogos, é necessário que voltemos ao ano de 2000. Naquela temporada, Millonarios e Xeneizes mediram forças três vezes em apenas dez dias – duas pelas quartas de final da Copa Libertadores e uma pelo Campeonato Argentino.

Na partida de ida do certame continental, o River levou a melhor no Monumental de Núñez por 2 a 1, mas foi eliminado em sua visita a La Bombonera, quando o Boca venceu por um inapelável 3 a 0. Já na competição nacional, os times empataram em 1 a 1.

Na fase seguinte da Libertadores, a equipe então comandada pelo técnico Carlos Bianchi eliminou o América-MEX e conquistou o terceiro título de sua história ao derrotar o Palmeiras. Na Copa Intercontinental, superou o Real Madrid e ficou com a taça.

Apesar de viver momentos difíceis por conta da boa fase do maior adversário, o torcedor do River Plate teve a chance de se vingar quatro anos depois, quando as potências do futebol argentino se cruzaram nas semifinais da Libertadores. Mas outra vez deu Boca.

Em La Bombonera, o time da casa venceu por 1 a 0 uma partida tensa, que terminou com briga e três expulsões. No Monumental, o enredo foi ainda mais épico. A dois minutos do fim, quando o River devolvia o placar e tinha um jogador a menos, Tévez brilhou.

O atacante surgiu em frente à pequena área e mandou a bola cruzada para o fundo do gol. Na comemoração, imitou uma galinha e acabou expulso, deixando os visitantes com 10 homens. A agonia dos locais foi adiada pelo zagueiro Cristian Nasuti, que fez 2 a 1.

Na disputa por pênaltis, entretanto, os Millonarios não tiveram a mesma sorte. Os Xeneizes venceram por 5 a 4 e avançaram à final. Para amenizar a dor dos alvirrubros, o título ficou com o Once Caldas-COL, que antes havia eliminado Santos e São Paulo.

O novo capítulo da eterna novela entre os dois clubes da capital argentina demorou 10 anos para ser protagonizado. Assim como em 2004, ocorreu na semifinal, porém da Copa Sul-Americana. Para equilibrar a história, pelo menos, a revanche finalmente aconteceu.

Campeão nacional, o River tinha o favoritismo. Após despachar o Estudiantes-ARG, a equipe precisou jogar a primeira partida fora de casa. O duelo foi acirrado e terminou com um empate sem gols, o que levou a decisão da vaga para o Monumental.

Logo no início do jogo de volta, Barovero defendeu um pênalti do Boca, fazendo o estádio pulsar. Ao lado do goleiro, Pisculichi virou herói ao marcar o único gol do confronto – e, como não poderia ser diferente, houve também nove cartões amarelos e um vermelho.

Na fase seguinte, o River Plate superou o Atlético Nacional-COL (1 a 1, na Colômbia, e 2 a 0, na Argentina) e faturou o título inédito. Depois, ganhou a Recopa Sul-Americana sobre o San Lorenzo, sempre provocando os boquenses, eliminados na semifinal.

O sabor amargo e a ferida aberta permaneceram ao lado do torcedor xeneize de 27 de novembro até 31 de janeiro de 2015, quando o Boca aplicou um acachapante 5 a 0 sobre o River durante a pré-temporada – a segunda maior goleada na história do Superclássico, se levarmos em consideração jogos oficiais e amistosos.

Agora, após tão pouco tempo, o (s) reencontro (s). Primeiro, em La Bombonera, em 3 de maio, pelo Campeonato Argentino. Quatro dias depois, no Monumental de Núñez, pela Libertadores. Por fim, uma semana mais tarde (14), novamente em La Bombonera, para definir quem avança às quartas de final da maior competição do continente.

O Boca Juniors venceu todos os adversários e se classificou com a melhor campanha da fase de grupos, enquanto o River Plate sofreu para ficar em segundo lugar. Apesar dos momentos distintos, é possível dizer que o duelo poderia ser uma final antecipada.

Na verdade, isso pouco deve importar para os fãs, pois eliminar o arquirrival já é um grande título. Até lá, é certo que os torcedores se provocarão com a tradicional música “que amargado se te ve, cada vez nos falta menos para volvernos a ver”.

Então, que venham os Superclássicos!

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