A saga de um torcedor de primeira viagem

    A saga de um torcedor de primeira viagem

    Curta-metragem "Futebol é Pai" mostra a ida de um garoto ao estádio pela primeira vez

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    Em meio a troféus, medalhas, pôsteres, bandeiras e outros artigos do memorial, um menino corre de um lado pra outro, como se a empolgação o impedisse de ficar atento em uma coisa só.

    Essa é a cena que abre o curta-metragem “Futebol é Pai”, dirigido por Lina Chamie, que abriu a programação da sexta edição do Cinefoot, o Festival Internacional de Cinema de Futebol.

    O mini-documentário conta a história do garoto Antônio, de oito anos, abordando um ponto importante na relação do jovem com o futebol: como ele se apaixonou pelo Santos Futebol Clube, mesmo tendo nascido em uma família com pai corintiano, mãe são-paulina e irmão mais velho palmeirense.

    É interessante ver como o amor por um clube de futebol, um sentimento tão comum no mundo inteiro, pode ser engatilhado de formas tão diferentes. A história de Antônio não se encaixa no padrão clássico de filho que segue a paixão do pai, mas parece espontânea.

    Outro ponto que vale destaque é a valorização do esporte de uma maneira distinta. Afinal de contas, o garoto é representante da nova geração, tem acesso a infinitas formas de lazer e definitivamente não se encaixa no estilo “geraldino” de torcer, cantando “hey ho, let’s go” quando é convidado para ir para o estádio pela primeira vez.

    Quando chega à Vila Belmiro, ele pede permissão para falar palavrão e fica bem na beira do gramado, com apenas uma tela transparente o separando de seu time de coração.

    Enquanto o menino descobre como é finalmente ver um jogo de perto, o espectador do filme se redescobre. É quase impossível não acompanhar a saga de Antônio e não lembrar da nossa própria, chegando a um estádio pela primeira vez, entendendo o que é futebol pra valer.

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    Jornalista, 23 anos. Amante do futebol bonito e praticante do futebol feio