A volta dos que não foram: mais um título da Espanha

A volta dos que não foram: mais um título da Espanha

Análise do Europeu sub-19 2015 e seleção dos melhores do torneio

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E da crise econômica grega, fez-se um Europeu Sub-19 de ótimo nível. A edição 2015 do torneio trouxe para os amantes do futebol novos nomes de talento e jogos de excelente nível técnico.

Além do sucesso dentro de campo, outro fator elogiável foi a comoção do público em torno de uma seleção desacreditada. Lotando os jogos do time da casa, a torcida auxiliou a esforçada Grécia a chegar às semifinais da competição.

Os craques espanhóis (Foto: Reprodução/bolabranca.rr.pt)
Os craques espanhóis (Foto: Reprodução/bolabranca.rr.pt)

O torneio também foi importante para a Espanha. Maior vencedora do Europeu Sub-19, a Fúria pôs fim a uma fase ruim nas competições de base e conquistou o décimo título da sua competição predileta. Recorde.

Título mais do que merecido pelo desempenho em campo. Excetuando a derrota na primeira fase para a ótima vice-campeã Rússia, os talentos espanhóis mostraram todo o seu potencial e encantaram a Europa.

Com uma linha de frente capaz de resolver qualquer partida e uma defesa muito sólida, ficou praticamente impossível bater os espanhois. Nem mesmo os favoritos alemães conseguiram parar o esquadrão “rojo”. Na primeira fase, 3 a 0 impiedoso da Espanha.

Com a genialidade de Asensio e a classe de Ceballos, a bola circulava com qualidade no setor ofensivo. Mais adiantados, Pedraza e, principalmente, Borja Mayoral, brigavam e concluíam as chances.

Na defesa, Jesus Vallejo, o grande capitão, foi o grande responsável pelo ótimo setor que sofreu apenas quatro gols em cinco partidas. Muito jovem, o defensor encheu os olhos e é a esperança de dias melhores para o setor na seleção principal.

Os russos mostraram mais uma boa seleção. Surpreendente, eliminaram Holanda e a poderosa Alemanha no grupo da morte, além da goleada contra os anfitriões nas semifinais. Golovin, Gasilin e Sheydaev podem ser peças importantes já na Copa do Mundo de 2018, sediada na própria Rússia.

A França, outra semifinalista, mostrou que vive grande momento nas categorias de base. O ótimo conjunto francês só sucumbiu para a Espanha graças aos talentos individuais dos espanhóis. Uma seleção que tem ótimos nomes.

As decepcionantes seleções da Alemanha e da Holanda caíram no grupo mais equilibrado dos últimos anos. Talentos como Nouri, Werner e Sané não brilharam como o esperado. Porém, fizeram parte de ótimos elencos.

O Europeu que se desenhava na crise, foi encerrado com muita festa e o renascimento de uma potência que intimida muito.

Seleção do torneio (formada no 4-3-3)

Goleiro

Anton Mitryushkin – 19 anos – Rússia – Spartak Moscou

Grande promessa entre os goleiros da Rússia, Mitryushkin fez um europeu condizente com sua qualidade. Grande jogador russo na final contra a Espanha, evitou um placar mais elástico. Já tinha sido o grande destaque no Europeu Sub-17 de 2013.

Lateral-direito

Sergei Makarov – 18 anos – Lokomotiv Moscou – Rússia

Volante que joga como lateral-direito, foi peça importante da boa defesa russa. Outro remanescente do título europeu sub-17 em 2013. Tem vigor físico e se destacou em uma posição em que ninguém brilhou.

Zagueiros

Jesus Vallejo – 18 anos – Real Zaragoza – Espanha

Mesmo muito jovem, foi disparado o melhor zagueiro da competição. Experiente e rodado no Zaragoza, foi o grande capitão e líder dos espanhóis. Sem ser muito alto, é comparado com Puyol por muitos torcedores e já despertou o interesse dos grandes clubes do futebol da Espanha.

Nikita Chernov – 19 anos – CSKA – Rússia

O Vallejo russo. Importante para liderar o sistema defensivo, mas, acima de tudo, um ótimo cabeceador quando se aventura no ataque. Marcou dois gols que encaminharam a goleada sobre a Grécia nas semifinais. Talento e liderança para o futuro russo.

Lateral-esquerdo

Lucas Hérnandez – 19 anos – Atlético de Madrid – Espanha

A grande promessa do Atlético de Madrid não decepcionou neste Europeu sub-19. Com boa estatura e muito seguro, foi ponto importante do conjunto francês. Foi um dos grandes responsáveis pela solidez defensiva da França, além de avançar quando necessário.

Meio-campistas

Rodrigo Hernández – 19 anos – Villareal – Espanha

Fez a função de Busquets nessa seleção espanhola. Discreto, teve papel muito importante ao girar a bola e sair jogando a todo o momento. Além disso, demonstrou boa marcação e caiu nas graças da imprensa e torcida da Espanha.

Dmitri Barinov – 19 anos – Lokomotiv Moscou – Rússia

Peça importante no meio-campo russo. Também foi campeão europeu sub-17 em 2013. Com muita tranquilidade, comandou o setor com muita competência. Com qualidade no passe, é daqueles volantes que enchem os olhos.

Marco Asensio – 19 anos – Real Madrid – Espanha

A grande promessa do futebol espanhol e do Real Madrid, a joia ex-Mallorca correspondeu às expectativas no torneio. Comparado a Messi, mostrou um talento fora de comum para distribuir passes e correr com a bola. Foi o responsável por eliminar a França nas semifinais, com dois gols de pura técnica e habilidade.

Atacantes

Kingsley Coman – 19 anos – Juventus – França

Meia-atacante de muita força física e velocidade, Coman era o principal astro da França. Apesar de não desempenhar o seu melhor nível, mostrou muita qualidade. Foi o principal ponto ofensivo da seleção azul.

Dani Ceballos – 18 anos – Betis – Espanha

O excelente Dani Ceballos (Foto: Reprodução/betis.mobi)
O excelente Dani Ceballos (Foto: Reprodução/betis.mobi)

A joia do Betis chegou sem muitos holofotes ao torneio, mas foi se soltando e terminou a competição como jogador mais regular da seleção espanhola. Além disso, foi o MVP do Europeu Sub-19. Técnica, habilidade, qualidade no passe, velocidade, tudo isso pode ser visto no jogador. Completo, e motor da Espanha.

Borja Mayoral – 18 anos – Real Madrid – Espanha

A grande promessa para centroavante da Fúria. Artilheiro da competição com três gols, fez tentos importantes para o título espanhol. Tem muito faro de gol e muita disposição para brigar na frente. Aposta alta da Espanha.

Técnico: Luis de La Fuente – Espanha

Seleção reserva (Formação 4-3-3)

Florian Escales (França), Manolis Saliakas (Grécia), Jorge Meré (Espanha), Timos Tselepidis (Grécia), Borja San Emeterio (Espanha); Sascha Horvath (Áustria), Ayaz Guliev (Rússia), Alexander Golovin (Rússia); Nikolaos Vergos (Grécia), Pelle Van Amersfoort (Holanda) e Ramil Sheydaev (Rússia)

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