As melhores seleções que ficaram fora da Euro – Parte III

As melhores seleções que ficaram fora da Euro – Parte III

Confira a última parte do especial com grandes times que perderam a chance de jogar a Euro

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Após mostrar grandes times que ficaram de fora das edições da Euro de 1960 a 1976 e esquadrões que perderam a chance de jogar entre 1980 e 1996, chega a última parte do especial preparado pelo Alambrado para relembrar as equipes que acabaram perdendo a grande festa do futebol europeu.

Oportunidade de conferir quais foram os obstáculos enfrentados por cada uma dessas seleções, que, embora tenham demonstrado potencial técnico em outros torneios na mesma época, não mostraram tudo o que se esperava para chegar até a fase final da Euro.

Veja mais:

2000 – Croácia

Lembra do grande time iugoslavo descrito na Parte II deste especial que acabou ficando de fora da Euro em 1992 por conta do início da guerra civil no país? Pois é. Ainda naquele ano, a Croácia foi oficialmente declarada como um estado independente da Iugoslávia e, no ano seguinte, filiou-se à UEFA.

Com isso, grande parte do talento daquele time se dividiu. E a recém-criada seleção croata ficou bem servida, com jogadores do naipe de Suker, Asanovic, Prosinecki, Boban, Jarni e Boksic. Esses atletas formaram um grupo que se tornou uma das forças mais surpreendentes entre as seleções dos anos 1990, chegando ao terceiro lugar na Copa de 1998.

Já um pouco envelhecida, essa base entrou em campo nas Eliminatórias para a Euro de 2000, reunindo algumas novas promessas, como Igor Tudor e os irmãos Kovac. Parecia suficiente para garantir a classificação. Os adversários seriam Irlanda, Macedônia, Malta e, agora em um confronto cheio de rivalidade, a Iugoslávia.

Croácia perdeu a vaga para a rival (Foto: Reprodução)
Croácia perdeu a vaga para a rival (Foto: Reprodução)

Depois de alguns tropeços durante a campanha, a Croácia chegou ao último jogo do grupo justamente contra sua rival, precisando de uma vitória em casa para conquistar a vaga. Mas a pressão dos torcedores em Zagreb não foi suficiente.

Boksic e Stanic marcaram para os croatas, enquanto Stankovic e Mijatovic empataram para a Iugoslávia, que, além de garantir a vaga, eliminava seus vizinhos. A Irlanda ainda terminaria em segundo.

Time-base: Ladic; Rukavina, Soldo, Tudor, Jarni; Niko Kovac, Stanic, Boban, Robert Kovac; Suker e Boksic.

2004 – Turquia

Aparentemente, ficar entre os melhores de uma Copa do Mundo não dá nenhuma garantia de disputar a Euro organizada na sequência. Da mesma forma que a Croácia foi eliminada quatro anos antes, a Turquia acabou ficando fora da fase final de Euro em 2004, mesmo depois do impressionante terceiro lugar na Copa de 2002.

O artilheiro Sukur (Foto: Reprodução)
O artilheiro Sukur (Foto: Reprodução)

O elenco era praticamente o mesmo que havia feito jogo duro em duas ocasiões contra o Brasil do Penta. Rustu no gol, Akyel e Korkmaz na zaga, Emre desempenhando um bom papel no meio acompanhado por Nihat e o matador Hakan Sukur no ataque. Um bom time, entrosado e com a moral lá no alto.

Talvez essa auto-estima elevada tenha prejudicado os turcos. Eles acabaram caindo no grupo 7 das eliminatórias, que tinha a Inglaterra como favorita destacada e era completado por Eslováquia, Macedônia e Liechtenstein.

Nada que pudesse provocar grandes surpresas. Na última rodada, precisando da vitória no confronto direto com os ingleses para garantir a vaga, o empate em 0x0 acabou empurrando a Turquia na repescagem.

Até aí, não havia nenhum motivo para constrangimento, já que o segundo lugar era esperado. E a classificação parecia certa quando o adversário nos playoffs foi definido: a modesta seleção da Letônia. Mas a Turquia perdeu a ida, fora de casa, por 1×0. Jogando pressionada, não conseguiu reverter a desvantagem em seus domínios. O empate em 2×2 seria o fim da linha para os turcos.

Time-base: Rustu; Akyel, Korkmaz, Alpay; Penbe, Emre, Davala, Uzulmez e Nihat; Tuncay e Sukur.

2008 – Inglaterra

Uma grande geração que lutava contra o estigma do “agora vai”. Jogadores renomados que na hora do vamos ver não ajudavam do jeito que se esperava, seja por lesão ou simplesmente por sucumbir na hora H. A Inglaterra vinha lutando contra tudo isso havia muito tempo, e a Euro de 2008 era uma chance de dar um fim a esse rótulo de amarelona.

Os clubes do Campeonato Inglês figuravam entre as maiores potências do mundo à época, e atletas como Rooney, Lampard e Gerrard estavam em grande fase. Beckham, habituado a grandes torneios, vivia uma de suas últimas oportunidades de conquistar um título pelo seu país.

Antes de chegar à Euro, era preciso passar pelas Eliminatórias. Em um grupo com Croácia, Rússia, Israel, Macedônia, Estônia e Andorra, os ingleses eram favoritos unânimes. Mas não seria daquela vez que o English Team aprenderia a lidar com o favoritismo. Logo na terceira rodada, um empate em casa com a Macedônia já mostrou que algo estava errado. A situação piorou no jogo seguinte, na derrota para a Croácia por 2×0.

Gerrard desolado após a derrota para os croatas (Foto: Divulgação/UEFA)
Gerrard desolado após a derrota para os croatas (Foto: Divulgação/UEFA)

A Inglaterra acabou se reerguendo com uma sequência de cinco vitórias, mas o desafio aumentaria nas rodadas finais, em confrontos diretos contra Rússia e Croácia. No primeiro, derrota por 2×1 em Moscou. Isso obrigava os ingleses a vencerem na última rodada, em casa, para continuar sonhando com a redenção. Então, veio o balde de água fria: vitória croata por 3×2, e mais um vexame do time da rainha.

Time-base: Robinson; Richards, Ferdinand, Terry, Cole; Barry, Gerrard, Lampard, Joe Cole; Rooney e Owen.

2012 – Bósnia

Em uma análise premeditada, pode parecer estranho ver a Bósnia reconhecida como um “grande time” em qualquer momento da história. De fato, a ex-integrante da Iugoslávia nunca apresentou grande desempenho em nenhuma das competições futebolísticas de peso, mas a geração que poderia ter disputado a Euro de 2012 merece um olhar aprofundado.

Dzeko em ação (Foto: Reprodução)
Dzeko em ação (Foto: Reprodução)

Quando se fala sobre o selecionado bósnio, o primeiro nome que vem à cabeça é o do artilheiro Dzeko, uma das principais figuras no título alemão do Wolfsburg em 2009 e que hoje atua na Roma. De fato, o centroavante era a referência técnica do time. Contudo, epe não era o único com chances de dar trabalho.

Pjanic era um dos destaques do Lyon, Misimovic esbanjava categoria no meio de campo, Ibisevic era um um atacante eficiente e Begovic passava segurança debaixo das traves.

Com isso, a Bósnia passou muito perto de garantir a vaga direta. Em um grupo que ainda contava com Romênia, Belarus, Luxemburgo e Albânia, polarizou a briga com a França até os últimos momentos, e chegou a estar em vantagem. Mas o gol de empate de Nasri, nos minutos finais do confronto direto na última rodada, deu a vaga aos franceses.

A Bósnia teria de buscar a classificação na repescagem, contra Portugal, que chegava sob olhares de desconfiança e depositando suas esperanças em Cristiano Ronaldo. No jogo de ida, 0x0 em Zenica. Na volta, um impiedoso 6×2 para os donos da casa em Lisboa. A Bósnia teria de aguardar mais dois anos para disputar um grande torneio.

Time-base: Begovic; Mujdza, Spahic e Papac; Jahic, Rahimic, Medunjanin, Misimovic e Pjanic; Ibisevic e Dzeko.

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Jornalista, 23 anos. Amante do futebol bonito e praticante do futebol feio