Bordeaux: a potência francesa dos anos 80

Bordeaux: a potência francesa dos anos 80

Relembre a equipe que encantou os franceses na década de 80

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Nos anos 80, a França formou uma das melhores seleções de sua história. Liderados pelo gênio Michel Platini, os franceses incomodaram em duas Copas do Mundo, batendo na trave e alcançando as semifinais em ambas. Na Eurocopa de 1984, sediada no próprio país, a vitória, enfim, chegou.

Com um meio-campo mágico, que foi apelidado de “sul-americano” – tamanha a técnica e habilidade desfilada pelos gauleses -, a geração daquela década até hoje é lembrada pelos torcedores. Se não obteve o êxito de conquistar uma Copa do Mundo, tem o obrigado eterno dos franceses por colocar de vez a seleção no hall das grandes.

Concomitantemente à elevação da grandeza da equipe, um clube dominava o cenário nacional e servia de base para as seleções do período. Com um futebol envolvente e comandado pelo mítico Aime Jacquet, treinador do título mundial da França em 98, o Bordeaux era o bicho-papão francês em meados da década de 80.

O excelente Tigana (Foto: Reprodução/sports.gentinside.com)
O excelente Tigana (Foto: Reprodução/sports.gentinside.com)

O técnico iniciou o projeto em 1980, quando assumiu o clube. Por lá permaneceu até 1989. Uma década de conquistas e de parceria com grandes jogadores. O setor mais forte era o meio-campo. O quarteto formado por René Girard, Jean Tigana, Thierry Tusseau e Alain Giresse era o diferencial da equipe.

Na temporada 1985-86, a confirmação de uma geração de sucesso. Após um bicampeonato nacional, chegava a hora de conquistar a Copa da França. O amadurecimento de um time que encantava. Muitos se juntariam poucos meses depois à melhor seleção francesa formada à época.

A defesa tinha Dominique Dropsy no gol. Na zaga, os grandes ídolos Jean-Christophe Thouvenel e o alemão Gernot Rohr. O jovem Alain Roche e o experiente Patrick Battiston completavam o bom sistema defensivo.

Na frente, uma dupla quase perfeita, que se ajustou com o passar do tempo. Bernard Lacombe era a estrela. Um dos maiores atacantes da história francesa, construtor e definidor de jogadas. Ao seu lado, o alemão Uwe Reinders era o gigante artilheiro.

Chalana foi contratado para ser a grande estrela do elenco. No entanto, por conta de lesões graves, praticamente não atuou no clube. Seria a grande peça para alcançar o topo europeu.

A grande final

Na final da Copa da França da temporada 1985-86, o Parque dos Príncipes foi palco de uma final cercada de rivalidade. De um lado, o Bordeaux. Do outro, a potência de Marselha.

Potência que não tinha a mesma qualidade do clube girondino. Mais de 45 mil pessoas estiverem em Paris para acompanhar a final da tradicional competição francesa.

O jogo foi prolífico em jogadas de velocidade. O Bordeaux sempre esteve à frente da busca pelo placar. Com posse de bola, transição de qualidade e com a dupla Tigana-Giresse inspirada, o gol seria questão de tempo.

Porém, o clube da Riviera se dedicava ao máximo. Já eram quase 10 anos sem um título de expressão e a conquista representava a chance definitiva de esquecer o rebaixamento de três anos antes.

Mesmo com uma qualidade visivelmente menor, a equipe de Marselha marcava muito bem e tentava diminuir a intensidade do Bordeaux. E deu certo no primeiro tempo. No fim da etapa, aos 45 minutos, Thoveneau cometeu pênalti claro pelo lado direito da defesa do Bordeaux.

O grande ídolo Abdoulaye Diallo converteu com precisão. O 1 a 0 mostrava que o Bordeaux precisava se entregar mais. Tigana e Giresse seriam ainda mais os responsáveis pela principais jogadas da equipe.

O craque Alain Giresse (Foto: Reprodução/actugirondins.com)
O craque Alain Giresse (Foto: Reprodução/actugirondins.com)

E parece que Aime Jacquet conseguir acertar o time. Logo aos sete minutos, Tigana aproveitou sobra na área para chutar de esquerda e empatar a final. Duelo equilibrado, que se manteve empatado durante o resto dos 90 minutos.

Prorrogação de Giresse

O alto nível empolgava. A prorrogação se manteve equilibrada, com o Bordeaux sempre buscando a posse de bola e as jogadas pela direita. Com tanta disputa, seria difícil um vencedor sair antes da disputa dos pênaltis.

Porém, o imponderável passou pelo Parque dos Príncipes. Aliás, a genialidade foi responsável pelo desempate. Alain Giresse, em um dos momentos de inspiração, fez um golaço, digno de aplausos de pé. Tento que dava o título ao Bordeaux e consagrava uma geração. Mais do que isso, colocava Giresse em um patamar mais alto na história do clube.

Foram três títulos franceses na década, além de duas copas nacionais. Uma década de glórias e que ficará para sempre marcada na memória dos torcedores. Tempos que parecem não voltar mais.

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