Brandão: o ex-palestrino de maior sucesso como técnico do Palmeiras

Brandão: o ex-palestrino de maior sucesso como técnico do Palmeiras

Conseguirá Cuca repetir o sucesso estrondoso de Osvaldo Brandão no comando do Palmeiras?

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Ser ídolo como jogador e como técnico de um mesmo clube é um feito raro no mundo do futebol. Mas, de tempos e tempos, acontece. Principalmente em um certo clube catalão fortemente em evidência na atualidade.

Cruyff, Guardiola, Luis Enrique são belos exemplos. Evidenciam que o Barcelona de fato é um ponto fora da curva. Não à toa, é muito mais fácil lembrar de exemplos que não deram certo. Fernandão, Falcão e Dunga no Internacional; Renato Gaúcho, no Grêmio; e Dorival Júnior, no Palmeiras.

Palmeiras que apostará mais uma vez em um ex-jogador do clube para assumir as pranchetas. Cuca não foi exatamente um ídolo, mas passou pela equipe alviverde em 1992, em um período conturbado para a equipe: a pressão pelo fim do jejum de títulos era enorme.

As experiências recentes do clube com ex-jogadores palestrinos não são das melhores. Em 2014, Dorival Júnior assumiu a equipe com fortes chances de rebaixamento. Conseguiu escapar apenas na última rodada, contando com um triunfo do Santos sobre o Vitória para permanecer na Série A do Brasileirão.

Júnior não ficou no ano seguinte. Não convenceu a diretoria e acabou substituído por Oswaldo de Oliveira. Alguns anos antes, quem tentou repetir o sucesso como técnico foi o ex-zagueiro Antonio Carlos Zago.

Osvaldo Brandão: o maior técnico da história do Palmeiras (Foto: Reprodução)
Osvaldo Brandão: o maior técnico da história do Palmeiras (Foto: Reprodução)

Zago ficou por um curto período de 2010. Não foi bem no Paulistão e ainda se viu envolvido em uma discussão com o atacante Robert, que quase terminou em agressão física. Acabou demitido pela direção do clube.

Para buscar um exemplo de sucesso de técnico do Palmeiras que vestiu a camisa do clube nos gramados, é preciso voltar a 1976, quando, sob o comando de Dudu, a equipe levantou o troféu do Paulistão. Mas o grande sucesso neste sentido veio a partir de 1971. Com o Santos de Pelé em decadência, os alviverdes surgiam como candidatos a nova potência do futebol brasileiro.

Leão, Luís Pereira, Dudu, Ademir da Guia, Leivinha e César Maluco: O elenco do Palmeiras se tornaria um esquadrão – a chamada “segunda academia”. Mas, antes da chegada de Osvaldo Brandão, era uma equipe que vivia período de entressafra.

Brandão era uma aposta certeira. Tinha muita história com a camisa alviverde. Entre 1958 e 1960, no período pré-Academia, o treinador já havia conquistado um Campeonato Paulista e uma Taça Brasil – título que a CBF reconhece atualmente como Campeonato Brasileiro.

E não era só. O lendário treinador também já havia vencido o Paulistão de 1947 em sua segunda passagem. Na primeira, acumulando com a função de jogador, em 1945, Brandão não conseguiu conquistar títulos.

Como jogador, também foi campeão. Meia direita de forte liderança, que pouco conseguia jogar, levantou o troféu do Paulistão de 1942. Do Palestra Itália. Mas sua carreira foi extremamente curta. Sofria com lesões e foi obrigado a pendurar as chuteiras em 1946, aos 30 anos de idade.

Quando Brandão assumiu, em 1971, a Academia já não contava com nomes como Djalma Dias, Djalma Santos, Julinho Botelho ou Vavá, nomes que estavam em sua passagem anterior pelo Palestra Itália. A base, porém, estava mantida.

Além do técnico, o grande mérito da segunda academia foi a chegada de Leivinha. O talentoso meia veio junto com Brandão e acabou formando um meio de campo ainda mais temido pelos adversários.

Foram dois Campeonatos Paulistas (1972 e 1974) e dois Campeonatos Brasileiros (1972 e 1973) conquistados naquele período com um futebol de se encher os olhos. Brandão era o “paizão”: poderia se dizer que tinha o elenco na mão, não fosse seus atritos com o rebelde atacante César Maluco.

O professor ainda voltou ao clube em 1980, mas não obteve sucesso. A partir de 1976, o clube entraria no mais incômodo jejum de títulos de sua história, com uma fila de títulos importantes que se estenderia a até 1993.

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