“Ex-falido”, Ferro Carril tem bom início e sonha com retorno à elite

“Ex-falido”, Ferro Carril tem bom início e sonha com retorno à elite

Longe da primeira divisão desde 2000, clube se recuperou de quebra financeira e lidera a segundona argentina

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Ferro Carril tenta voltar para a primeira divisão da Argentina (Foto: Divulgação/FerroCarrilOeste)
Ferro Carril chegou a cair para a terceira divisão; hoje busca voltar ao mais patamar na Argentina (Foto: Divulgação/FerroCarrilOeste)

Bicampeão nacional e histórico rival do Vélez Sarsfield, o Ferro Carril Oeste atravessou turbulentas crises na passagem do século XXI e teve sua falência decretada pela Justiça da Argentina em 2002, após dois rebaixamentos consecutivos. Desde então, o clube verdolaga nunca retornou à elite, e o Clássico do Oeste também deixou de ocorrer.

As más gestões prejudicaram não só o departamento de futebol, como também afetaram o investimento em outras modalidades, como o basquete e o vôlei, na tentativa de resgatar o prestígio daquele – sem sucesso. Com a quebra oficializada, seguindo a lei do país, o comando administrativo da agremiação foi transferido para um órgão fiduciário.

Entre tantos problemas, incluindo a “ameaça” da venda do Estádio Ricardo Etcheverri, em Buenos Aires, o Ferro Carril conseguiu obter há dois anos o fundo necessário para quitar as dívidas, graças ao apoio de sócios e torcedores. Agora, sob a presidência de Daniel Pandolfio, o grande sonho de retornar à primeira divisão está se edificando.

As recentes campanhas na segunda categoria nacional foram relativamente fracas, com exceção de 2015, quando, das mãos do técnico Marcelo Broggi, a equipe verdolaga disputou o quadrangular final pelo acesso, caindo diante do Ramón Santamarina. No último torneio, seu desempenho foi abaixo do esperado. Hoje, a situação é diferente.

Comandado por Gustavo Coleoni, o Ferro Carril lidera a segunda divisão com 17 pontos, um a mais que o vice-líder Guillermo Brown, após 9 dos 46 jogos que serão disputados. Ainda é cedo, mas o início anima o torcedor sedento por glórias. No total, foram 5 vitórias, 2 empates e 2 derrotas, com 19 gols feitos (melhor ataque) e 12 sofridos.

De acordo com o regulamente vigente, os dois times mais bem posicionados ascendem à elite, sem a necessidade de participar de playoffs como antes. Há equipes bastante tradicionais na briga, como o Argentinos Juniors, quarto colocado com 15 pontos – que a propósito venceu o Ferro por 3 a 1 na semana passada, em La Paternal.

Para quem superou momentos tão difíceis como a falência, a promoção se torna uma questão de tempo. Quando ela for concretizada, é bem provável que volte a ser disputado um grande clássico do futebol argentino, surgido na época do amadorismo, em 1920.

Até lá, permanece vivo na memória o último e lamentável encontro de ambos, pelo Clausura de 2000, em 25 de junho, quando a torcida do já rebaixado Ferro atirou duas bombas em seu próprio campo, sem maiores incidentes. Para tornar mais a despedida verdolaga, o Vélez ainda triunfou por 1 a 0, com gol de pênalti cobrado por Chilavert.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.