Finalistas da Liga dos Campeões feitos em casa

Finalistas da Liga dos Campeões feitos em casa

Saiba quais foram os times que decidiram o torneio apenas com jogadores e técnicos de seus países

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Celtic vs Internazionale 1967
Celtic de Jock Stein, Real Madrid e Steaua integram seleto grupo de campeões europeus “caseiros” (Foto: Reprodução/UEFA)

Na atualidade, mais do que nunca, os grandes clubes europeus costumam escolher a dedo os melhores jogadores do mundo e se transformam em verdadeiras seleções, ainda que compostas por diversas nacionalidades, é verdade.

Pelo motivo citado, o Alambrado realizou um levantamento para saber quais foram os times que se destacaram na Liga dos Campeões somente com jogadores e técnicos oriundos de seus respectivos países, ao melhor estilo de produção caseira.

Como era de se esperar, os integrantes dessa relação são os finalistas de edições mais antigas da Liga, na época quando, por vários motivos, não existia tanta facilidade para montar equipes com predominância de atletas estrangeiros.

Na história do certame continental, seis escretes chegaram à decisão integrando exclusivamente em suas fileiras jogadores e treinadores “da casa”. Quando se fala em êxitos, esse número cai pela metade. Apenas três deles foram campeões.

Primeiro da lista de vencedores, o Real Madrid guarda uma particularidade. Os merengues protagonizaram uma disputa até hoje inédita entre duas nações contra o Partizan, da extinta Iugoslávia, no famoso estádio de Heysel, em Bruxelas, em 1966.

De um lado, apenas atletas nascidos em território espanhol, sob o comando de Miguel Muñoz. Do outro, somente jogadores de origem iugoslava, orientados por Abdulah Gegić. De virada, o time ibérico levou a melhor por 2 a 1 e sagrou-se hexacampeão.

Em 1967, das mãos do histórico Jock Stein, os escoceses do Celtic mediram forças com a Internazionale 99% italiana (o técnico era o argentino Helenio Herrera) e, também de virada, ganharam a taça inédita, por 2 a 1, no Estádio Nacional de Lisboa.

Há pouco coroada bicampeã europeia, a Internazionale abriu o placar graças a um pênalti convertido por Sandro Mazzola. Com a vantagem, os italianos adotaram a retranca como estilo de jogo e permitiram o ataque do Celtic, que consumou a vitória no fim.

Por fim, o último escrete que representou plenamente seu país foi o Steaua Bucareste na temporada de 1985/86. Sob a tutela de Emerich Jenei, os romenos enfileiraram um time que superou o Barcelona nos pênaltis por 2 a 0 dentro da Espanha.

Após 120 minutos sem bola na rede, coube ao goleiro Helmuth Duckadam brilhar e defender as quatro cobranças adversárias, de Alexanko, Pedraza, Pichi Alonso e Marcos, sendo mais tarde chamado de “o Herói de Sevilha” em virtude de sua façanha.

Além de Real Madrid, Partizan, Celtic e Steaua Bucareste, o Stade de Reims-FRA (1956 e 1959) e o Eintracht Frankfurt (1960) também decidiram a Liga dos Campeões com quadros provenientes de suas nações. Se não contarmos os técnicos, esse número sobe para 11, abarcando Bayern de Munique, Panathinaikos, Malmo, Internazionale e Benfica.

Dos times mencionados, todavia, só o então poderoso Benfica do húngaro Béla Guttmann celebrou a volta olímpica, em 1961 e 1962, derrotando Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Na mesma década, perderia as finais de 1963, 1965 e 1968, comandado pelo chileno Fernando Riera, pelo romeno Elek Schwartz e pelo brasileiro Otto Glória.

Nos dias de hoje, em um mundo globalizado e com tantos casos de naturalização no futebol, esse fenômeno é cada vez mais raro. Não que o “protecionismo” represente de forma plena algum lado da balança maniqueísta que opõe positivo (multiculturalidade, novas identidades) e negativo (xenofobia, intolerância). Mas é interessante observar alguns aspectos que mudaram ao longo do tempo e tornam o esporte mais rico.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.