Guia do Europeu Sub-21

Guia do Europeu Sub-21

Confira a análise das seleções que disputam o torneio qualificatório para as Olimpíadas

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A corrida pelo ouro já começou. A partir desta semana, oito países da Europa entram em campo na fase final do Europeu Sub-21, torneio sediado na República Tcheca que irá definir os quatro representantes do Velho Continente nos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016.

Mas o teor da competição organizada pela UEFA passa longe de ser apenas classificatório, contando com times muito fortes em busca do título e até jogador campeão mundial defendendo as cores de seu país. Para te deixar por dentro do que esperar e em quem ficar de olho, o Alambrado traz um guia do torneio com a análise das oito seleções:

Grupo A

República Tcheca

Em uma competição de tiro curto, qualquer mínimo detalhe favorável pode fazer uma enorme diferença. Pensando nisso, jogar em casa parece uma enorme vantagem, e é nisso que os tchecos apostam para passar de fase e, por que não, brigar pelo título.

Para completar essa missão, no entanto, o apoio dos torcedores locais deverá ser grande. Isso porque dentro de campo, pelo menos do meio de campo para a frente, a República Tcheca não costuma demonstrar um estilo de jogo dos mais empolgantes, com aposta nas bolas paradas para criar situações de perigo.

Neste contexto, uma das armas mais importantes da equipe é o lateral-direito Kaderabek, do Hoffenheim-ALE. Responsável pelas cobranças de falta, ele deve ser essencial para buscar os grandalhões dentro da área, especialmente o centroavante Kadlec e o meia Klimant. Em velocidade pela esquerda, o meia Krejci, do Sparta Praga, pode dar trabalho.

Kalas é esperança no Chelsea e na seleção (Foto: Reprodução/Twitter)
Kalas é esperança no Chelsea e na seleção (Foto: Reprodução/Twitter)

Mas as maiores estrelas do time, de fato, estão no sistema defensivo. É nele que atua Tomas Kalas, zagueiro do Chelsea que se destacou na última temporada atuando por empréstimo no Middlesbrough. Seguro e com boa saída de jogo, ele conta com o suporte do capitão Brabec e a segurança do goleiro Koubek para garantir, ao menos, uma das vagas para a próxima fase.

Dinamarca

A seleção nórdica tem conseguido revelar bons talentos nos últimos anos, e se apoia nesse histórico recente para fazer bonito e chegar longe na República Tcheca. São vários atletas com experiência internacional considerável e atuações como titulares em seus respectivos clubes.

Fischer é um dos candidatos a estrela do torneio (Foto: Divulgação/Federação Dinamarquesa)
Fischer é um dos candidatos a estrela do torneio (Foto: Divulgação/Federação Dinamarquesa)

Entre eles, a maior esperança é o atacante Viktor Fischer, do Ajax-HOL. Veloz, com boa presença de área e capaz de desempenhar diferentes funções no campo de ataque, Fischer tem condições de se tornar um atleta de elite dentro de alguns anos.

Mas ele não estará sozinho nesse novo projeto da “Dinamáquina”. Yussuf Poulsen, centroavante de 21 anos do Leipzig-ALE, já frequenta as seleções de base desde os 16, e aposta no jogo aéreo para atormentar as defesas adversárias, complementando o estilo de jogo de Fischer. A química rendeu à Dinamarca o melhor ataque das eliminatórias da Euro Sub-21, com 38 gols em 12 jogos.

Para municiar os dois, uma jovem estrela em quem o Bayern de Munique vem apostando suas fichas. Pierre Hojbjerg, de apenas 21 anos, é criativo e tem um bom passe, típico meia clássico que anda em falta nos dias atuais.

Andreas Christensen, do Chelsea-ING, joga na cabeça de área formando a primeira linha de defesa. Atrás dele, a dupla de zaga formada por Sorensen, do Hellas Verona-ITA, e Vestergaard, do Werder Bremen, não costuma brincar em serviço. Todos os requisitos para formar um time sólido e estável, que pode incomodar muita gente grande.

Alemanha

Um nome que assusta. Uma camisa que enverga o varal. E uma fase que exige respeito. Como se já não bastasse a tradição alemã no futebol, a mudança de mentalidade nas categorias de base no país alavancou as revelações, que não param de surgir. No time que disputa o Europeu Sub-21, a situação não é diferente.

Quantos países, por exemplo, podem dizer que contam em suas seleções inferiores com um goleiro titular do Barcelona no título da Liga dos Campeões? É o caso de Ter Stegen, um dos tops da posição com apenas 23 anos, que encabeça a escalação alemã no torneio.

Stegen quer coroar a temporada com o título do Europeu Sub-21
Ter Stegen quer coroar a temporada com o título do Europeu Sub-21 (Foto: Divulgação/Federação Alemã)

Parece pouco? Ainda tem mais. No plantel que disputa o torneio na República Tcheca está o zagueiro Mattias Ginter, campeão mundial no Brasil no ano passado. O defensor do Borussia pode alcançar um feito histórico, tornando-se o primeiro atleta a conquistar a Copa do Mundo e as Olimpíadas desde a geração uruguaia que foi campeã mundial em 1930. O outro zagueiro, Knoche, foi titular do surpreendente Wolfsburg na última temporada.

O meio de campo possivelmente é o setor de mais qualidade do time. Emre Can, do Liverpool, é o responsável por fazer a ligação entre um sistema e outro, carregando a bola com eficiência. Leitner e Younes jogam abertos criando oportunidades pelas pontas, enquanto Max Meyer, do Schalke, vem pelo meio esbanjando técnica e visão de jogo.

Na frente, a responsabilidade fica com Hoffman, do Kaiserslautern, e o oportunista Volland, do Hoffenheim, capitão do time e referência dentro da área. No banco, boas opções, como o meia Bittencourt e o rápido atacante Gnabry, do Arsenal. Talento não falta para render à Alemanha o rótulo de favorita. Falta apenas colocar em prática.

Sérvia

A seleção do Leste Europeu possivelmente é a maior incógnita desta edição do Europeu Sub-21. O time tem jogadores de talento com potencial considerável, estrelas que atuam em grandes clubes do continente e um esquema tático bem definido, mas tem demonstrado um desempenho estranhamente irregular nos últimos tempos.

Na campanha de qualificação, a Sérvia passou da primeira fase no sufoco, como o quarto melhor segundo colocado. O time chegou aos playoffs contra a favorita Espanha no fio da navalha, mas se superou e buscou a classificação para a fase final com uma surpreendente vitória por 2×1 em solo espanhol.

O elenco conta com boas peças em todos os setores do campo. O goleiro Peric, por exemplo, tem recebido diversas sondagens do futebol italiano depois de suas atuações destacadas pelo modesto Jagodina-SER. O lateral-esquerdo Petrovic, do Partizan, apoia com eficiência no ataque e não compromete na defesa, deixando poucas brechas pelo seu lado. O mesmo não pode ser dito de Stojkovic sua contraparte na direita, que deixa espaços e aumenta o trabalho para os zagueiros Pantic e Spajic.

Djuricic é o maestro sérvio (Foto: Reprodução/Twitter)
Djuricic é o maestro sérvio (Foto: Reprodução/Twitter)

No meio, força e criatividade. Brasanac e o capitão Causic formam uma dupla que preenche o rótulo de “volantes modernos”, marcando pressão e fazendo a saída de bola com qualidade. Mais à frente, Filip Djuricic, do Benfica, é o cérebro do time, apoiado por Jojic, do Borussia Dortmund, e Srnic, do Cukaricki-SER, que atuam mais abertos.

No ataque, Aleksandar Pesic, titular do Toulouse na última temporada, atua fixo dentro da área adversária e faz o pivô para a chegada dos meias, além de mostrar um ótimo desempenho nas jogadas aéreas. Ele pode ser um desafogo importante em momentos que a Sérvia precisar fazer o típico chuveirinho na área adversária. Mas o time tem condições para sonhar em vôos mais altos que esses.

 

Grupo B

Portugal

Considerada uma das melhores gerações portuguesas e motivada pelo ótimo momento vivido nas categorias de base (caiu nas quartas-de-final do Mundial Sub-20 para o Brasil nos pênaltis), a seleção portuguesa é considerada uma das favoritas para a conquista da Eurocopa Sub-21.

Foram 10 jogos na campanha que culminou com a classificação para a fase final. O aproveitamento? Fabuloso. Dez vitórias e nenhum tropeço. Na fase eliminatória, dois grandes resultados sobre a boa seleção holandesa. Credenciais que dão confiança para a conquista do título inédito.

O técnico Rui Jorge conta com uma geração repleta de ótimos jogadores. O meio-campo é, sem dúvidas, o setor principal da equipe. Os quatro titulares são peças importantes em seus respectivos clubes. William Carvalho, do Sporting, dá tranquilidade à defesa. Sérgio Oliveira, eterna promessa do Porto, e João Mario, atleta do Sporting, têm bom passe e saída de bola. Mais centralizado, Bernardo Silva, camisa 10, é a referência técnica do time.

Raphael Guerreiro vem chamando a atenção dos portugueses em geral (Foto: Divulgação/fpf.pt)
Raphael Guerreiro vem chamando a atenção dos portugueses em geral (Foto: Divulgação/fpf.pt)

O baixinho é um dos melhores jogadores do Monaco e é uma das estrelas do torneio. Ele tentará ajudar a linha de frente, que seja, talvez, o ponto fraco da equipe. Rapha Guerreiro, lateral esquerdo muito agudo, é outro bom destaque da seleção que vai 100% para a República Tcheca.

Se chegar aos Jogos Olímpicos, há a chance de Cristiano Ronaldo vir ao Rio de Janeiro disputar a competição. Seria um atrativo a mais para a disputa da modalidade aqui no Brasil.

Inglaterra

Candidata ao título com uma ótima geração. Quantas vezes a seleção inglesa chegou a um torneio com esse status? Porém, desta vez a afirmação soa como verdadeira. A excelente campanha na fase de qualificação já deu indícios do ótimo time formado pelo ex-jogador da seleção, Gareth Southgate.

As 11 vitórias, uma derrota, 35 gols marcados e quatro sofridos empolgam a torcida, carente de conquistas. Os dois únicos títulos vieram na década de 80: o bicampeonato em 1982/84, ainda com Mark Hateley.

Em 2015, Southgate confia muito na solidez da equipe. No gol, Butland é uma unanimidade. Preparado para ser o goleiro da seleção principal, impressiona pela altura e segurança. À frente de Butland, opções não faltam. Chambers, Garbutt, Jenkinson, Moore, Garbutt, Stones e Targett são sete excelentes nomes para quatro vagas.

Se a defesa conta com opções boas, no meio-campo elas se proliferam. Às vezes de tal maneira que até Southgate fica confuso. Loftus-Cheek, Chalobah, Hughes, Ward-Prowse e Lingaard brigam por vaga. No 4-2-3-1, Loftus-Cheek e Hughes podem formar ótima dupla. Pelas pontas, Redmond e Alex Pritchard largam em vantagem, com Tom Carroll centralizado como armador.

Harry Kane, a coqueluche da Inglaterra (Foto: Reprodução/tottenhamjounal.co.uk)
Harry Kane, a coqueluche da Inglaterra (Foto: Reprodução/tottenhamjounal.co.uk)

Na frente, uma ótima notícia e uma má. Harry Kane, grande sensação do Tottenham, foi convocado para liderar a equipe. Em contrapartida, Berahino, grande craque do West Bromwich, sofreu uma lesão e foi cortado pouco antes da competição. Peça importante durante a fase de qualificação e artilheiro da equipe.

Itália

Quem pensa que a Itália não possui tradição nas categorias de base está muito enganado. Na categoria sub-21, são cinco títulos e recorde da competição. Pena para a Azzurra que o último título tenha sido em 2004.

Como mostrado pelo Alambrado, a última conquista italiana de respeito foi no Torneio de Toulon de 2008. Logo, a fase não é das melhores. Mesmo assim, a seleção montada para a Eurocopa Sub-21 2015 impõe certo respeito. Com muitos jogadores titulares em seus respectivos clubes, a aposta é em um conjunto forte e em uma estrela no ataque.

A famigerada defesa italiana chega mais uma vez com status positivo ao torneio. Com Rugani – contratado pela Juventus recentemente – liderando o setor, os italianos esperam estar com o sistema em dia, relembrando a tradição de décadas anteriores.

Sturaro já se destaca na Juventus (Foto: Divulgação/juventus.com)
Sturaro já se destaca na Juventus (Foto: Divulgação/juventus.com)

No meio-campo, setor mais forte do time, um trio promete chamar a atenção. Cataldi, Viviani e Sturaro fizeram boa temporada e prometem dar boa dinâmica de jogo à seleção. Sturaro, inclusive, foi titular em algumas partidas da Juventus nos últimos meses.

No comando de ataque, a grande estrela. Domenico Berardi, que fez mais um ótimo Campeonato Italiano pelo Sassuolo, promete continuar marcando muitos gols. O atacante de 20 anos já marcou 42 tentos pelo modesto clube e já chamou atenção de diversos clubes, deixando a Juventus, dona do passe do jogador, atenta. Como opção, Luigi di Biaggio tem Simone Verdi para mudar as partidas.

Suécia

Grande surpresa da competição e azarão no grupo da morte, os suecos prometem muito empenho para voltar às Olimpíadas, competição em que ostenta uma medalha de ouro e dois bronzes.

Fora do torneio desde 1992, os suecos esperam repetir a façanha da fase de qualificação. Nas eliminatórias, desbancou o favoritismo e uma grande vantagem francesa para chegar a esta fase.

A seleção do técnico Hakan Ericson tem uma receita bem simples. Atuando com duas linhas bem compactas, o treinador deixa as duas estrelas da equipes bem livres e prontas para decidir.

John Guidetti é o craque e camisa 10 da seleção sueca (Foto: Divulgação/uefa.com)
John Guidetti é o craque e camisa 10 da seleção sueca (Foto: Divulgação/uefa.com)

John Guidetti e Thelin forma uma experiente e sensacional dupla de ataque. O primeiro, camisa 10 e craque da geração, espera repetir o futebol que encantou o Manchester City e levou à sua aquisição pelos ingleses.

Já Thelin vem de boa temporada pelo Bordeaux e possui seis gols em seis partidas pela seleção sueca sub-21. Poderio ofensivo muito forte. Os dois serão municiados por Oscar Hiljemark, bom meio-campista do PSV.

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