Guia do Mundial Sub-20 2017 – Parte I

Guia do Mundial Sub-20 2017 – Parte I

Confira os destaques e detalhes dos grupos A e B

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A maior competição das categorias de base no mundo está prestes a começar. A partir do dia 20 de maio a bola começa a rolar na Coréia do Sul para a disputa de mais uma edição do Mundial Sub-20 da FIFA, torneio responsável pela revelação de diversos craques ao longo de suas quatro décadas de disputa.

Neste ano, mais uma vez, talento não falta. Mesmo que Brasil e Sérvia, finalistas em 2015, não tenham conseguido a vaga para disputar o Mundial, a qualidade técnica está garantida e bem distribuída entre as 24 seleções que lutarão pelo título.

Como não poderia deixar de ser, o Alambrado mais uma vez se antecipa para te deixar por dentro de todos os potenciais destaques desta edição. Quer saber quem serão os craques do futuro? Confira:

Grupo A

Coréia do Sul

Até Seung-Woo sabe: Ele é o cara na Coréia do Sul (Foto: Divulgação/FKF)
Até Seung-Woo sabe: Ele é o cara na Coréia do Sul (Foto: Divulgação/FKF)

Ser o anfitrião de uma competição desse porte muitas vezes traz uma pressão com a qual poucos times sabem lidar, influenciando até mesmo na preparação. Com a vaga de país-sede garantida, a Coréia do Sul não levou muito a sério o torneio qualificatório asiático do ano passado, e caiu na primeira fase.

A eliminação precoce poderia ser preocupante para as chances coreanas no Mundial, não fosse um fator importante: a ausência do grande craque do time, o meia-atacante Lee Seung-Woo. Apelidado de “Messi coreano”, o jovem estará pronto para liderar o time da casa no torneio.

O apelido não veio à toa. Seung-Woo é uma das estrelas mais badaladas das categorias de base do Barcelona, e mostra domínio de bola e poder de finalização incríveis para alguém tão jovem. Apesar de ser destro, as comparações com o genial argentino do time principal do Barça foram inevitáveis.

O camisa 10 não tem nenhum companheiro à sua altura no time da Coréia, mas conta alguns bons ajudantes. Entre eles seu colega no Barça, o volante Paik Seung-Ho, que tem boa chegada no ataque e pode até ser utilizado na lateral. Na frente, Cho Young-Wook é o responsável por mandar a bola pra rede, com bom posicionamento e chutes potentes de esquerda.

Guiné

Sem a tradição de outras forças do continente africano nas categorias de base, a Guiné aposta no fator surpresa para passar de fase em um grupo difícil. A terceira posição conquistada na Copa das Nações Africanas Sub-20 já foi bastante comemorada pelo técnico Mandou Diallo.

Sylla Morlaye (Foto: Reprodução)
Sylla Morlaye (Foto: Reprodução)

Com a mesma base que já disputou o Mundial Sub-17 dois anos atrás, os guineenses tem no meio-campo seu setor mais forte. Quem centraliza as jogadas é o armador Sylla Morlaye, do Arouca-POR. Rápido e habilidoso, mas com certa dificuldade para finalizar as jogadas, Sylla foi eleito para a seleção do qualificatório continental.

Oumar Touré, volante da Juventus, é uma arma importante nos chutes de fora da área. Forte e voluntarioso, Touré é uma válvula de escape interessante para a equipe, que também aposta nas subidas do lateral Fernandez, do Ajaccio.

No ataque, a dupla de grandalhões formada por Keita e Yansane dá trabalho para as defesas adversárias, principalmente por conta do porte físico. Mas a Guiné precisará de um desempenho bem acima do que foi mostrado até aqui para beliscar uma vaga.

Argentina

Graças ao coeficiente elaborado pela FIFA para a distribuição dos potes do sorteio, a Argentina acabou ficando fora dos cabeças de chave apesar de seu vitorioso histórico no Mundial Sub-20, torneio da qual é a maior campeã, com seis títulos, além de vários craques revelados na competição, de Maradona a Messi.

Depois de um 2016 turbulento e quase sem jogos de preparação, o time conseguiu uma vaga para o Mundial na marra, garantindo o quarto posto do Sul-Americano somente na última rodada com um tropeço do Brasil.

A classificação se deu, em parte, por causa da boa forma dos atacantes Lautaro Martinez, do Racing, e Marcelo Torres, do Boca. Martínez e ágil e esperto dentro da área, enquanto Torres faz o estilo trombador de maneira eficiente.

No entanto, o destaque técnico é o volante Ascacibar, promessa que atrai a atenção da Europa há alguns anos. Titular no time principal do Estudiantes, ele comanda a equipe com muita inteligência e passes precisos.

O talentoso volante Ascacibar é o cérebro argentino (Foto: Divulgação/AFA)
O talentoso volante Ascacibar é o cérebro argentino (Foto: Divulgação/AFA)

No gol, Franco Petroli, do River, é indicado como uma esperança para o gol da seleção principal em um futuro próximo. Seguro e com bom posicionamento, passa confiança para a defesa, que conta ainda com o bom lateral esquerdo Valenzuela.

Inglaterra

Tanta tradição no futebol, tão poucas glórias. Em sua nona participação no Mundial Sub-20, a Inglaterra tenta não apenas o título inédito, mas também apresentar uma geração que acabe com a fama inglesa de falhar em torneios importantes.

E dessa vez o que não falta é talento. Os ingleses tem um time cheio de jogadores habilidosos, totalmente alheios ao velho estilo de jogo com chutões e correria. Comandados pelo ex-jogador Paul Simpson, a equipe é ofensiva e tem um punhado de jogadores com chance de desequilibrar.

A grande estrela é Dominic Solanke, astro do Chelsea campeão europeu na categoria. Muito habilidoso apesar de seu 1,85m de altura, Solanke tem visão de jogo e finalizações precisas que o credenciam para comandar o ataque.

Solanke é a grande aposta dos ingleses para acabar com o jejum (Foto: Divulgação/UEFA)
Solanke é a grande aposta dos ingleses para acabar com o jejum (Foto: Divulgação/UEFA)

Em um time com tantas opções ofensivas, ele poderia até jogar recuado. Apesar do desfalque do ótimo Patrick Roberts, jogadores como o centroavante Adam Armstrong, do Newcastle, ou o rápido Ademola Lookman, do Everton, podem infernizar a defesa adversária, assim como o habilidoso ponta Sheyi Ojo, do Liverpool.

No meio, Maitland-Niles, do Arsenal, e Onomah, do Tottenham, são criativos e capazes de marcar e servir bem ao ataque. A polivalência dos dois facilita o trabalho da defesa, comandada pelo bom zagueiro Tomori, do Chelsea. Time para ficar de olho, mas ao mesmo tempo ficar com um pé atrás, por conta do histórico.

1ª Rodada:

20/05 – 04:30 – Argentina x Inglaterra

20/05 – 08:00 – Coréia do Sul x Guiné

Grupo B

Venezuela

O quarteto fantástico da Venezuela estará em ação na Coréia do Sul. Uma das melhores gerações recentes da nação buscará uma campanha histórica, e conta com força máxima: Adalberto Peñaranda, Yangel Herrera, Ronaldo Peña e Yeferson Soteldo.

Peñaranda (Foto: Divulgação/Conmebol)
Peñaranda (Foto: Divulgação/Conmebol)

Os quatro atuam fora do país e demonstram grande qualidade com a bola nos pés. Peñaranda é o craque. Atacante móvel, o jogador do Málaga desperta atenção de grandes clubes europeus. Ao seu lado, Ronaldo Peña, do Las Palmas, é a referência na grande área.

No meio-campo, Yangel Herrera e Yeferson Soteldo dão toque de criatividade. Enquanto o primeiro, atleta do New York City, dá cadência ao setor, Soteldo, que se transferiu recentemente para o Chile, é mais agudo e costuma dar trabalhos às defesas adversárias.

No gol, Dudamel, ex-goleiro e ídolo da seleção, confia em Wuilker Faríñez, titular do Caracas com 18 anos. Candidato a destaque do torneio, o goleiro assusta pela tranquilidade. Dudamel resolver dar chances a dois jogadores que atuaram no Sul-Americano Sub-17: o atacante Jan Carlos Hurtado e o meio-campista Christian Makoun.

Em busca das oitavas de final, fato inédito na história da seleção, a Venezuela brigará forte com Alemanha e México pela vaga. Sim, os venezuelanos tem futebol para eliminar os alemães na competição.

Alemanha

Esqueça uma Alemanha muito favorita e dominante. A equipe que vai disputar o Mundial Sub-20 vem bem desfalcada, sem os principais astros que participaram de excelentes campanhas recentes.

O treinador Guido Streichsbier aposta em uma base sólida para surpreender. Muitos dos convocados já atuam com frequência entre os profissionais, e a experiência é o ponto positivo a ser exaltado.

Sete jogadores atuam na segunda divisão alemã, além de Frederic Ananou, que atua no Roda, da Holanda. Entre os principais destaques está Fabian Reese, centroavante do Schalke 04 que está emprestado ao Karlsruher SC. Maximilian Mittelstädt, meio-campista do Hertha, é outro atleta que poder ajudar o setor ofensivo.

Ochs, do Hoffenheim, é o maestro (Foto: Divulgação/UEFA)
Ochs, do Hoffenheim, é o maestro (Foto: Divulgação/UEFA)

Ambos darão suporte ao grande craque do time: Philipp Ochs, do Hoffenheim. O baixinho será o camisa 10 e cérebro da equipe. Destaque no Europeu Sub-19 do ano passado, ele tenta seguir com seus bons números pelas seleções de base – são 22 gols em 43 jogos.

No meio-campo, Suat Serdar fará o papel do tradicional meia alemão. Clássico, defende e ataca com muita qualidade, inclusive com partidas de destaque pelo Mainz, na Bundesliga.

Vanuatu

Estar na competição já é motivo de festa para o pequeno conjunto de ilhas da Oceania. Pela primeira vez na história uma seleção do país estará em uma final de torneio da FIFA. O feito histórico só tende a aumentar em casa passo dessa trajetória.

Desconhecida, a equipe treinada por Dejan Gluscevic quer apenas superar o desempenho de Ilhas Fiji na edição anterior. A seleção também caiu em chave com a forte Alemanha (derrota por 8 a 1), mas conseguiu um triunfo, diante de Honduras, por 3 a 0.

Bong Kalo (Foto: Reprodução)
Bong Kalo (Foto: Reprodução)

Para conseguir o objetivo, o craque da equipe Bong Kalo, do Tefea, precisa estar inspirado. Camisa 10, artilheiro e capitão do time, o meio-campista é o melhor jogador da equipe, e já conta com convocações para a seleção principal.

Ao lado dele, o atacante Ronaldo Wilkins, de apenas 17 anos, é esperança de gols, assim como Godine Tenene. Os dois atuam no próprio país de origem, como todos outros convocados.

Na defesa, destaque para Jason Thomas, liderança do elenco. São cinco anos de experiência como atleta profissional e muita vontade de parar os atacantes adversário em um grupo muito forte do ponto de vista tático e técnico.

México

Favoritos, sim, senhor. Assim podemos definir o México que vai em busca do primeiro título do torneio. Potência no sub-17, com três títulos, o treinador Marco Antonio Ruiz conta com a base do último mundial da categoria, quando terminaram na terceira colocação, para buscar uma boa campanha.

Dos 21 convocados, 14 são jogadores da grande geração /98, que encantou os mexicanos no último Mundial Sub-17. Inclusive um dos maiores artilheiros da categoria na história do país: Claudio Zamudio, do Morelia.

Zamudio já se destacou no último Mundial Sub-17 (Foto: Divulgação/FIFA)
Zamudio já se destacou no último Mundial Sub-17 (Foto: Divulgação/FIFA)

É no ataque que mora o perigo aos adversários. Ronaldo Cisneros, do Santos, assim como seu companheiro, Eduardo Aguirre, e Paolo Irizar, do Queretaro, atuam todos em mesmo (bom) nível. Cisneros foi o artilheiro da Concacaf Sub-20 com muito destaque dentro da área.

Outro setor muito forte é o meio-campo. Com jogadores baixos e habilidosos, o setor conta com a dinâmica de Kevin Magaña, do Chivas, e Kevin Lara, do Santos, além da técnica refinada de Pablo López.

No setor defensivo também há talento. A dupla de zagueiros, composta por Joaquín Esquivel, do Pachuca, e Edson Álvarez, do América, é ótima. Além da presença de Diego Cortes, considerado pela torcida do Chivas como o próximo grande ídolo da lateral-direita do time.

1ª Rodada:

20/05 – 02:00 – Venezuela x Alemanha

20/05 – 05:00 – Vanuatu x México

 

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