Guiné-Bissau, a estreante em busca da glória na Copa Africana

Guiné-Bissau, a estreante em busca da glória na Copa Africana

Seleções que debutam no torneio costumam ter retrospecto negativo; Só a África do Sul foi campeã

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Guiné-Bissau
Guiné-Bissau está no Grupo A ao lado de Gabão, Burkina Faso e Camarões (Foto: Divulgação/FIFA)

Desde que foi aprovado em 1996 o atual número de 16 participantes na Copa das Nações Africanas*, 10 países diferentes estrearam na última fase do torneio continental. Em 2017, a debutante será a Guiné-Bissau, que surpreendeu nas eliminatórias ao liderar um grupo com Zâmbia e Congo, dois antigos campeões, além do Quênia.

Hoje sob o comando do guineense Baciro Candé, que voltou à equipe nacional recentemente para substituir o lusitano Paulo Torres, os “Djurtus”, como são apelidados, tentam superar um incômodo histórico de estreantes e seguir a rota da África do Sul.

Levando em conta apenas as edições do torneio posteriores à de 1996, quando adotou-se o modelo vigente, 7 novatos caíram logo na fase de grupos: Angola, Libéria (1996), Namíbia (1998), Zimbábue, Benim, Ruanda (2004), Botsuana e Níger (2012).

Alguns tiveram competência e recursos para dar um passo além, mas não passaram das quartas de final, caso de Guiné Equatorial, eliminada em 2012 pela futura vice Costa do Marfim, e Cabo Verde, que em 2013 perdeu para Gana, futura 4ª colocada.

Somente a África do Sul obteve sucesso nessa empreitada. Sede em 1996 e então orientada pelo local Clive Barker, a Bafana Bafana foi líder de seu grupo, à frente de Egito, Camarões e Angola. Na fase seguinte, graças em parte aos artilheiros Hojn Moshoeu e Mark Williams, eliminou Argélia, Gana e faturou o título diante da Tunísia.

Embora não possa contar com o fator casa como a África do Sul, Guiné-Bissau tem demonstrado considerável evolução nos últimos meses. Antes de 2015, o país nunca havia figurado entre os 100 melhores do ranking da FIFA. Hoje, é o 68º colocado (a lista é bem questionável, mas representa um leve indicativo, convenhamos).

Além disso, o elenco dos Djurtus é limitado. Eles não possuem jogadores caríssimos, nem de destaque no futebol internacional. A maioria atua em equipes modestas pelo continente europeu, boa parte em Portugal. Há ainda muitas pedras e estrelas no caminho.

No entanto, já fomos recentemente surpreendidos nas últimas decisões por Burkina Faso e Zâmbia, e Mali também demonstrou sua força brigando nas semifinais. Quem garante que a Guiné-Bissau não possa repetir o vitorioso trajeto dos sul-africanos? Resta esperar para saber.

Veja abaixo os grupos do certame:

Grupo A: Gabão, Burkina-Faso, Camarões e Guiné-Bissau
Grupo B: Argélia, Tunísia, Senegal e Zimbábue
Grupo C: Costa do Marfim, Marrocos, RD Congo e Togo
Grupo D: Gana, Mali, Egito e Uganda

* Apesar de haver 16 vagas, só 15 seleções disputaram o torneio em 1996, por ocasião da desistência da Nigéria, que seria banida do torneio seguinte

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