O bicampeonato francês

O bicampeonato francês

Análise e seleção do Europeu sub-17 2015

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O Europeu Sub-17 terminou na última sexta-feira (22) com um sorriso no rosto dos franceses. A competição disputada em solo búlgaro correspondeu às expectativas anteriores ao começo do torneio e mostrou ao mundo novos valores que podem se destacar no futuro.

As principais seleções avançaram para a fase de mata-mata sem maiores problemas e confrontos de alto nível foram vistos. Sendo assim, a mudança de formato da competição – de 8 para 16 seleções – pareceu ser bem-sucedida.

As duas principais forças do torneio chegaram à final e mostraram comportamentos distintos. A eficiente Alemanha demonstrou uma excelente força defensiva, chegando ao último jogo sem sofrer gols. O ótimo goleiro Fromann sobrou em todos os jogos e segue os passos (e pés) de Neuer em busca do estrelato.

Também na seleção alemã, o capitão Passlack foi o grande líder de um time muito forte taticamente. Podendo atuar em várias funções no meio-campo, foi responsável por três gols e ainda auxiliou na maioria das ações ofensivas dos germânicos, que demonstraram mais uma vez um ótimo time nas categorias de base, mesmo com a derrota por 4 a 1 na final contra a França – imagina se fosse com a nossa seleção?

O reconhecimento do vice-campeonato foi endossado pelo grande rival da decisão. Os franceses foram dominantes durante toda a competição. O melhor ataque marcou 15 tentos em seis partidas.

A França goleou e foi campeã da Euro sub-17 (Foto: Divulgação/fifa.com)
A França goleou e foi campeã da Euro sub-17 (Foto: Divulgação/fifa.com)

 

Com oito gols, Edouard, jogador do PSG, foi o artilheiro e craque do torneio. Forte fisicamente e goleador nato, teve a proeza de marcar um hat-trick na final. Juntando aos cinco gols marcados na fase de qualificação, terminou o Europeu Sub-17 com incríveis 13 gols.

A Bélgica foi a terceira força do torneio. Com mais uma ótima geração, deram trabalho inclusive aos franceses. A derrota nos pênaltis para os gauleses, nas semifinais, colocou fim ao desejo do título. A Rússia, outra semifinalista, mostrou um time pragmático, mas alcançou novamente uma vaga no Mundial da categoria, a exemplo dass fortes seleções de Inglaterra e Croácia.

A surpresa ficou com a Espanha. A badalada geração /98, que conta com os craques Aleña, do Barcelona, e Zalazar, do Málaga, não conseguiu novamente vaga na Copa do Mundo Sub-17. As duas derrotas nos pênaltis – quartas-de-final contra a Alemanha e a repescagem contra a Inglaterra – colocaram fim à esperança da Fúria.

Seleção do campeonato (Escalado no 4-3-3)

Goleiro

Constantin Fromann – 17 anos – Freiburg – Alemanha

Grande goleiro da competição. Muitas vezes jogando até como líbero, lembrou Neuer mais jovem. Muito bom no um contra um, Fromann foi o melhor alemão em campo na goleada sofrida na final. A agilidade e reflexo também ajudaram nas cobranças de pênaltis das quartas-de-final.

Lateral-direito

Alec Georgen – 17 anos – PSG – França

Lateral que equilibra bem defesa e ataque. A habilidade e técnica para atacar muitas vezes foram suplantadas por cuidados defensivos. Isso porque Ikone, atacante pelo direito da França, tinha liberdade para atacar. Cumpriu muito bem a sua dupla função.

Zagueiros

Dayot Upamecano – 16 anos – Valenciennes – França
Melhor zagueiro da competição. Muito forte fisicamente, é soberano nas jogadas aéreas. Porém, não se limita apenas a isso. Bem por baixo, é técnico para sair jogando e veloz para conter os adversários. Lembra Zouma, do Chelsea.

Mamadou Doucoure – 17 anos – PSG – França

Ótimo parceiro de Upamecano. Menos técnico, mas igualmente eficiente no jogo aéreo. A seriedade nos jogos também impressionou. Zagueiro que também pode render frutos a um dos principais setores da seleção principal.

Lateral-esquerdo

Marc Cucurella – 16 anos – Barcelona – Espanha

Uma joia do Barcelona. Tem levado os ensinamentos de La Masia ao pé da letra. Muito técnico, tenta sempre manter a bola ao lado. Incessante no ataque, chega sempre a linha de fundo com muita velocidade.

Meio-campistas

Carles Aleña – 17 anos – Barcelona – Espanha

Capitão da seleção espanhola e do Barcelona. E merecidamente. Líder, técnico e comandante do meio-campo da Fúria no torneio. Participou de praticamente todos os gols da Espanha e foi peça importante na criação das jogadas. Seu estilo lembra o de Xavi.

Timothé Cognat – 17 anos – Lyon – França

Capitão da seleção francesa. A liderança silenciosa de Cognat possibilitou uma organização fantástica dos gauleses no meio-campo durante toda a competição. Distribui muito bem o jogo e dá uma opção a mais no ataque.

Bilal Boutobba – 16 anos – Olympique de Marselha – França

Camisa 10 clássico. O grande armador da seleção. Muita técnica e capacidade de dar assistências. Deve ser um jogador de futuro dos gauleses e também do Marselha. Parece ser o herdeiro de Payet.

Atacantes

Nanimato Ikone – 17 anos – PSG – França

Um jogador explosivo e que impõe uma correria gigantesca nos lados do campo. Muito forte, passeou contra todos os laterais rivais. Mostrou grande capacidade para dar assistências.

Felix Passlack – 16 anos – Borussia Dortmund – França

De torcedor do Schalke a jogador do Dortmund, foi o grande jogador alemão no Europeu. Polivante, o capitão ajudou a Alemanha a garantir o vice-campeonato. Esforçado e técnico, lembra o ídolo Lahm fisicamente.

Odsonne Edouard – 17 anos – PSG – França

O ótimo Edouard do PSG (Foto: Divulgação/psg.fr)
O ótimo Edouard do PSG (Foto: Divulgação/psg.fr)

Melhor jogador e artilheiro da competição. Fez incríveis oito gols na fase final e mostrou grande capacidade de decisão e finalização. Um monstro. Maior promessa francesa no ataque desde Benzema.

Técnico: Jean-Claude Giuntini – França

Montou uma seleção ofensiva e que demonstrou muitos recursos. Apostou em um trio que foi bem em todas as partidas e conseguiu ser campeão em cima da Alemanha e com uma grande goleada por 4 a 1. Seleção francesa voltou a ser campeã após 11 anos.

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