Com desmanche, Gallardo enfrenta reformulação para seguir vitorioso

Com desmanche, Gallardo enfrenta reformulação para seguir vitorioso

Com a saída de vários titulares da conquista da Libertadores, treinador encara a missão de reformular o River Plate

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A noite de 5 de agosto de 2012 marcou uma nova etapa na história do River Plate, então comandado pelo técnico Matías Almeyda: a reestreia na principal divisão do futebol argentino diante do mesmo adversário que havia decretado seu rebaixamento no ano anterior, o Belgrano de Córdoba. Assim como na fatídica ocasião do descenso, o time da casa foi superado no Monumental de Núñez, desta vez por 2 a 1.

Marcelo Gallardo
Gallardo já ganhou 5 títulos dirigindo o River Plate (Foto: Reprodução/Infobae)

Apesar da volta à elite com o pé esquerdo, o futuro seria excepcional para os Millonarios.

Pouco a pouco, ao time portenho brilhou o caminho dos êxitos, sobretudo após a chegada de Marcelo Gallardo, que esteve à frente do River Plate em cinco conquistas internacionais desde a temporada de 2014. O tricampeonato da Libertadores foi a principal delas.

No entanto, o sucesso tem seu preço, e a cobrança veio cedo. Dos 14 titulares nas duas finais diante do Tigres em 2015, só três permaneceram na obtenção do título da Recopa Sul-Americana contra o Santa Fe, no passado mês de agosto: Jonathan Maidana, Leonardo Ponzio e Lucas Alario. Importante peça no setor ofensivo, o uruguaio Rodrigo Mora também continua na equipe, embora não tenha sido titular nas decisões citadas.

Vários foram os destinos dos símbolos da glória libertária. Ídolo, Marcelo Barovero deixou Buenos Aires para defender a meta do Necaxa, enquanto Gabriel Mercado e Matías Kranevitter se transferiram para o Sevilla. Ainda falando da Europa, Ramiro Funes Mori assinou com o Everton, Leonel Vangioni reforçou o Milan, e Fernando Cavenaghi acertou com o APOEL. Já Nicolás Bertolo ficou no país e hoje representa o Banfield.

Buscando superar o desmanche, Gallardo precisou remodelar o elenco e transmitir toda a sua filosofia aos recém-chegados para manter o ciclo vitorioso instalado no River Plate, utilizando os remanescentes da Libertadores nas extremidades da equipe (os defensores Maidana e Mayada e os atacantes Alario e Mora), além de mesclar juventude e experiência.

D'Alessandro e Alario
D’Alessandro e Alario: o reforço e o remanescente (Foto: Reprodução/La Tercera)

Desta maneira, foram agraciados com chances na equipe principal os jovens Augusto Batalla e Sebástian Driussi, que já integravam o conjunto millonario.

Posteriormente, eles receberiam a companhia de Andrés D’Alessandro (Internacional), Arturo Mina (Independiente del Valle) e Ignácio Fernández (Gimnasia), por exemplo.

A fórmula de Gallardo, até pelo curto período de tempo e pela diferença de qualidade na reposição de jogadores, não alcançou pleno sucesso. Em 2016, o time figurou na modesta nona colocação em seu grupo no Campeonato Argentino e foi eliminado nas oitavas de final da Libertadores para o surpreendente Independiente del Valle.

Em compensação, a equipe alvirrubra venceu a Recopa Sul-Americana contra o Santa Fe, como já explicado, e ainda pode retornar à Libertadores, caso fature a Copa Argentina. Para manter o sonho vivo e avançar às quartas de final, precisa eliminar o Arsenal de Sarandí. No Argentinão, empolgada: duas vitórias e um empate nas três partidas disputadas até o momento.

De qualquer modo, o River Plate sofreu um rápido processo de desmantelamento e atravessa as dificuldades esperadas para esse tipo de situação. Agora cabe a Gallardo reerguer os Millonarios com as peças à sua disposição, numa empreitada semelhante à de Tite no Corinthians, para efeitos comparativos. Mas dentro de seu próprio tempo.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.