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O esporte (e o mundo) é delas também o ano todo: para ir além do dia da mulher

Uma reflexão para além do Dia Internacional da Mulher, celebrado em 8 de março

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Mulheres Guerreiras
(Foto: Reprodução/dibradoras)

*Por Renata Mendonça, publicado originalmente no dibradoras

Futebol – e esporte, em geral – não costumam ser considerados “coisa de mulher” – ao menos na maior parte do ano. Mas existe uma semana a cada 365 dias que elas até são “incluídas” no jogo. É sempre ali, perto do 8 de março, o tal Dia Internacional da Mulher.

Quando ele cai no domingo, é uma festa. Quase todo clube lembra que tem torcedorAS também e inventa alguma ação para homenageá-las. Uns distribuem flores às mulheres no estádio, outros entram com uma faixa rosa – rosa, sempre rosa – para dizer “parabéns”, outros ainda liberam a gratuidade de ingresso a todas as mulheres que forem aos jogos.

Mesmo que seja numa segunda, terça ou quarta, não vai faltar um tuíte para falar delas. Nos jornais, canais e sites esportivos, as mulheres também reaparecem no 8 de março. As atletas são lembradas para além do rótulo de “musas”, as histórias são contadas, é praticamente um dia de ode às mulheres no esporte.

O que é lindo, louvável e não mais que merecido. Elas realmente são dignas de todas as homenagens nesse dia. Mas e no dia 9 de março? E no dia 10? E em 8 de abril? Ou 8 de maio? E todos os outros dias do ano? Onde ficam as mulheres do esporte?

No ano passado, ouvimos num programa esportivo o apresentador dizer, na véspera do 8 de março, que “Dia da Mulher é todo dia”. Pois é, antes fosse. Antes os clubes lembrassem que sua torcida também é feita delas e fizessem mais campanhas – contra o assédio, por exemplo? -, mais promoções – afinal, as estatísticas comprovam que mulheres ganham 30% a menos que os homens ao exercer a mesma função profissional – mais camisas do tamanho delas….

Antes a mídia falasse delas todos os dias, o tempo todo, como faz com eles também. Nenhum espaço a mais, queríamos apenas a metade, o igual. A atenção que os esportes masculinos recebem dividida por 2, que aí dá espaço para todo mundo. Já imaginou quantas meninas poderiam se inspirar a jogar futebol, vôlei, basquete, a lutar judô, a comentar, a narrar, se os exemplos de mulheres como as que um dia elas vão ser estivessem expostas ali, no rádio, na TV, no jornal, no site, na mídia social?

Por isso, nosso pedido aqui é para que elas tenham esse espaço todo dia. Não que o Dia da Mulher não seja necessário – ele é, e é extremamente importante para lembrar a luta que nos trouxe até aqui. Mas é que nós queremos – e merecemos – mais. Não basta falar de mulheres no esporte só no 8 de março, nem é suficiente lembrá-las só nesta semana.

Mulheres são atletas, técnicas, torcedoras, jornalistas, comentaristas, apresentadoras, dirigentes – guerreiras, enfim – todo dia. Nós, ~dibradoras, estamos aqui para lembrar isso ao longo de todo o ano. E, em especial nesta semana, inauguramos a campanha #MulheresGuerreiras. A ideia é homenagear a todas – usando o nome de algumas – e inspirar tantas outras, que podem ver nelas o futuro que querem seguir.

Ao longo da semana, você poderá acompanhar cada dia uma mulher diferente que, de alguma forma, contribuiu e/ou ainda contribui para o esporte, para torná-lo um espaço menos exclusivo dos homens e mais inclusivo para as mulheres.

Mas não para por aí. Ao longo do ano todo, você poderá acompanhar por aqui mais histórias, mais novidades e um pouco de tudo o que está acontecendo nos esportes femininos. Se o Dia da Mulher oficialmente é só 8 de março, no resto do ano todo a gente ~dibra e faz delas todos os dias.

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