O Platini da Hungria

O Platini da Hungria

Conheça a carreira de Tibor Nyilasi

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Tibor Nyilasi é daqueles craques que poucos lembram. Ou será que muitos esquecem? Há 30 anos, era comparado ao ícone Michel Platini pela histórica revista World Soccer, cedida pelo amigo do Soccer Nostalgia. À época, completando 30 primaveras, assim com o craque francês, Tibor vivia o auge no Áustria Viena.

Meio-campista com alma de atacante, Nyilasi foi, sem dúvidas, um dos últimos grandes craques húngaros, senão o último. Talvez não seja apenas coincidência o fato que, desde a sua aposentadoria, a Hungria nunca mais chegou a uma Copa do Mundo.

Um perfil que destacava o alto nível do atleta, visto desde sempre como um jogador moderno. “Nem atacante e nem meio-campista, um jogador que flutuava e que era sonho para qualquer treinador”, já enunciava a revista.

O jogador completo encantava em suas atuações pela Hungria. Partidas fantásticas com os Magiares e status de ídolo. E não é para menos. São duas Copas do Mundo no currículo, em uma equipe já não tão forte tecnicamente.

Tibor Nyilasi desfilava seu talento (Foto: Reprodução/valogatott.blog.hu)
Tibor Nyilasi desfilava seu talento (Foto: Reprodução/valogatott.blog.hu)

Diferentemente de Michel Platini, melhor do mundo em 1985 que desfrutava de salário exorbitante e glamour bem francês, Tibor era a estrela única em seu clube e na seleção.

Ele só sairia da Hungria comunista em 1983, aos 28 anos, e com cinco títulos nacionais pelo Ferencváros. Só naquele ano rumava para a Áustria, onde encontraria os ótimos Prohaska e Polster.

Seria o início de um reconhecimento um pouco maior. As disputas europeias começaram a ser mais rotineiras. O conforto seria proporcionado à família do simples ex-morador da capital húngara.

Com personalidade forte, Tibor não se escondia. Omitir não estava no dicionário da “língua mais difícil do mundo”. Talvez sinais da sua elevada capacidade técnica, ponto comparável a Platini.

Na seleção húngara, além de liderar os magiares em duas Copas do Mundo, marcou 32 gols em 70 partidas. Números de meio-campista? Bom, melhor não rotulá-lo.

Pelo Ferencváros, os números também são espetaculares: 132 gols em 243 partidas, nos 11 anos dedicados à tradicional equipe húngara.

E no alto dos seus 1,89cm, marcou 81 gols em 121 partidas pelo Áustria Viena. Média absurda para o atleta. Na Áustria, também foi tricampeão nacional. Foi lá que encerrou a carreira, de forma precoce, aos 33 anos.

Nem mesmo a mancha da expulsão contra a Argentina, na primeira partida da Copa de 78, foi capaz de apagar tamanha  história.

Depois do magnetismo  da geração de Puskas e sua companhia nada limitada da década de 50, Tibor se juntou à dupla Bene e Albert como maiores jogadores da história da Hungria no périodo após a era dourada.

Em 1981, recebeu a chuteira de prata. Um reconhecimento digno para o tamanho do Platini húngaro. À frente do seu tempo. Um terráqueo nada comum.

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