Plaza Colonia, o líder improvável no Uruguai

Plaza Colonia, o líder improvável no Uruguai

Time do interior surpreende e pode se sagrar campeão do Clausura uruguaio

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Faixa da torcida do "Patablanca" reverencia a força que vem do interior (Foto: Reprodução)
Faixa da torcida do “Patablanca” reverencia a força que vem do interior (Foto: Reprodução)

Em tempos nos quais o Leicester rompe com todos os prognósticos e domina a Inglaterra, não causa tanta estranheza a ascensão de outras gratas surpresas ao redor do globo, embora elas sempre tenham existido. Um exemplo bastante próximo de nós, brasileiros, está aqui na América do Sul. Quase centenário, o Plaza Colonia, do Uruguai, pode dar na tarde do próximo domingo (29) um passo crucial para realizar uma façanha inédita.

Recém-promovido à elite nacional como vice-campeão da segunda categoria do país charrúa, o alviverde da cidade de Colônia do Sacramento, comandado pelo técnico Eduardo Espinel, possui a chance de ganhar o Torneo Clausura simplesmente no Estádio Campeón del Siglo, a casa do Peñarol, adversário que está a dois pontos do líder e busca assumir a ponta da tabela faltando duas rodadas para o término da competição.

Antes, vale esclarecer como funciona o sistema utilizado para definir o campeão uruguaio nas recentes temporadas. Primeiro, realiza-se uma semifinal entre o vencedor do Apertura e o do Clausura. Quem levar a melhor faz dois jogos contra quem mais pontuou em ambos os torneios. Se a mesma equipe ganhar o Apertura e o Clausura, ela é campeã. Se o semifinalista vencedor liderar a tabela anual, ele é automaticamente campeão.

No caso atual, o Peñarol ganhou o Apertura e lidera a tabela anual com 57 pontos, três a mais do que o Nacional. Portanto, se o Plaza Colonia faturar o Clausura e os carboneros mantiverem a ponta, eles se enfrentarão na semifinal. Ganhando outra vez, o Plaza teria mais dois compromissos diante da equipe orientada por Jorge da Silva, que já venceu o Uruguaio como técnico à frente do Defensor Sporting (2007-08) e do Peñarol (2012-13).

O ápice da honrosa campanha do Plaza será atingido com uma vitória em Montevidéu, no domingo. Para alcançar a glória do futebol local, entretanto, será necessário barrar a segunda melhor linha ofensiva do torneio. Em 13 jogos, o Peñarol converteu 23 gols, dois a menos que o Wanderers. Principais referências aurinegras na frente, Miguel Murillo (5), Diego Forlán (4) e Rodríguez Maeso (4) somam 13 tentos.

Por outro lado, o “Patablanca” também tem um qualidade forte: possui a defesa menos vazada do certame, com oito gols sofridos e apenas uma derrota (na sétima rodada, para Juventud de las Piedras, por 2 a 1, em casa). No momento, acumula oito vitórias e quatro empates. Na meta, o goleiro e capitão Kevin Dawson comanda a jovem defesa, enquanto no ataque se sobressai o argentino Germán Rivero, autor de 8 gols até agora.

Em um país acostumado à polarização entre os dois gigantes da capital, os pequeninos coloniais do interior têm agora sua chance de se tornarem uma espécie de Davi. Para isso, precisam atirar a pedra enquanto há tempo. Mesmo sem saber se alcançará a glória, já se sabe que o tamanho do salto do Plaza Colonia já é digno de grandeza.

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Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero, é apreciador do futebol latino, do teor político-social do esporte bretão e também de seu lado histórico.