Por dentro da imensidão do Arruda

Por dentro da imensidão do Arruda

Equipe do Alambrado finaliza tour pelo Recife conhecendo a casa do Santa Cruz

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O Estádio José do Rego Maciel, conhecido popularmente como Colosso do Arruda e Mundão do Arruda, está localizado na Avenida Beberibe com a Rua das Moças, no bairro do Arruda, zona norte de Recife, e pertence ao Santa Cruz Futebol.

O nome oficial da casa do Tricolor é uma homenagem ao prefeito que administrou o município pernambucano entre 1953 e 1955, período durante o qual o Santa recebeu parte de auxílio para ter a posse definitiva do terreno, em 1954.

A construção do estádio, no entanto, só teve início em 1965, após a venda de cadeiras cativas e títulos patrimoniais. Antes, o Santa Cruz havia passado por alguns bairros recifenses até conseguir estabelecer-se em sua atual sede.

A história mudou a partir de 1943, quando o clube alugou o campo que era propriedade do comendador Arthur Lundgren, então usado elo Centro Esportivo Tabajaras, e depois o comprou por 4 milhões de cruzeiros, por meio de empréstimo e doações.

O desenvolvimento da obra registra um simbólico capítulo do futebol brasileiro, já que os torcedores do time colaboraram para a estruturação do local, fornecendo materiais, mão de obra, “suor, sangue e lágrimas”, como explica o site do clube coral.

Finalizado, a estreia ficou marcada para 4 de junho de 1972, em um amistoso contra o Clube de Regatas Flamengo, protagonizado diante de 57.688 espectadores. O resultado, porém, foi um empate sem gols, adiando, portanto, o primeiro tento.

Somente três dias depois é que a rede balançou no Arruda, quando Betinho marcou na vitória por 1 a 0 sobre a Seleção brasileira olímpica. Curiosamente, o ponta-direita seria o segundo maior goleador do estádio (112 gols), atrás de Baiano (128).

Um dado interessante é que Betinho foi o jogador que mais vezes fez gols no Arruda com a camisa do Santa (98), enquanto Baiano converteu 70 tentos pelo Náutico e acumulou o restante durante suas passagens por Santa Cruz, Sport e Central.

Segundo o site do clube, a capacidade atual do Mundão é para 65 mil espectadores. Quase 30 mil a menos que o recorde de público, registrado em 29 de agosto de 1993, quando o Brasil goleou a Bolívia por 6 a 0 pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.

 

 

A quantidade máxima de torcedores em um jogo do Tricolor, por sua vez, é datada de 18 de dezembro de 1983, pelo Campeonato Pernambucano, quando Santa Cruz e Náutico empataram em 1 a 1 diante de 76.636 pessoas.

Ambas as partidas só tiveram tamanho público em virtude da reforma a que o Arruda foi submetido em 1982, quando houve a construção do anel superior. Na época, o Colosso chegou a ser o quarto maior estádio particular do mundo.

Com o decorrer dos anos, entretanto, assim como em outros casos no país, a capacidade diminuiu bastante. Em 2009, o presidente do clube, Fernando Bezerra Coelho, anunciou um investimento para reforma e modernização.

Em 2013, por exemplo, 60.040 espectadores acompanharam a vitória por 2 a 1 sobre o Betim-MG, que garantiu o retorno do Santa à Série B do Campeonato Brasileiro após seis anos de ausência nas duas principais divisões do futebol nacional.

 

NOSSA VISITA

Assim como nossa visita ao Estádio dos Aflitos, o acesso da equipe do Alambrado no Arruda foi feito da maneira mais simples possível. Perguntamos a um guarda na portaria do que precisávamos para visitar o local, e ele nos disse para entrar.

Ressaltamos que a região do estádio permite que os torcedores cheguem à sede social por meio do transporte público, já que diversas linhas de ônibus atendem ao entorno. Em dias de jogo, é possível que haja esquemas especiais de deslocamento.

Quando ingressamos na sede pela porta principal, avistamos paredes com imagens de personalidades que tiveram destaque com a camisa do Santa, bem como a letra do hino e breves textos explicando as origens do clube.

Então, continuamos rumo ao estádio, passamos ao lado das piscinas e da sala de troféus, sendo que esta estava fechada, até nos depararmos com uma rampa. Mas precisamos passar por baixo dela para encontrarmos uma porta aberta.

Ao chegarmos à beira do campo naquela sexta-feira calorosa, pudemos ver de perto a imensidão do estádio, que estava recebendo serviços de pintura no anel superior. Por isso, não pudemos subir para tirar fotos.

Por outro lado, registramos o fosso que separa as arquibancadas do gramado – uma característica que não é tão presente nos estádios atualmente – os buracos estratégicos no chão para escoar água da chuva e a visão de diversos setores.

Foi interessante pisar no palco onde a Seleção Canarinho está invicta, com seis vitórias (Argentina, Bolívia, Iugoslávia, Paraguai, Polônia e Uruguai) e um empate (Suíça), e ouvir os ecos dos grandes jogos e conquistas no Arruda.

Em meio a um Brasil com cada vez mais arenas genéricas, todas sem alma, visitar um patrimônio histórico do nosso futebol se torna revigorante e renova nossa fé no caráter popular do esporte, como desejavam os fundadores do Santa Cruz.

Clique nas fotos da galeria abaixo para ampliá-las!

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