Terra do gelo, do fogo… e da bola?

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Islândia tenta alcançar no futebol o mesmo sucesso de sua sociedade, uma das mais desenvolvidas do mundo

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Sigurdsson é o destaque da Islândia nas Eliminatórias (Foto: UEFA/Divulgação)
Sigurdsson é o destaque da Islândia nas Eliminatórias (Foto: UEFA/Divulgação)

Vulcões, geleiras, IDH, a cantora Björk e nomes impronunciáveis. Podem parecer palavras soltas colocadas juntas de maneira aleatória, mas todos esses termos normalmente são trazidos à tona quando se fala de Islândia. Tentando fugir dos clichês, o pequeno país nórdico entrará em campo nesta semana pelas Eliminatórias da Euro buscando ser lembrado também em outra área: o futebol.

No sábado (28/03), os islandeses jogarão fora de casa, contra o Cazaquistão, buscando manter sua boa fase na disputa, onde se encontram atualmente na segunda posição do Grupo A, com 9 pontos em 4 jogos disputados. O status atual garantiria aos nórdicos uma vaga direta para a Eurocopa que será disputada no ano que vem, na França.

Caso o objetivo seja conquistado, será a primeira vez que a Islândia disputará uma grande competição do futebol. O time quase carimbou o passaporte para disputar a Copa do Mundo no Brasil em 2014, mas acabou eliminado pela Croácia e teve que assistir o torneio pela TV.

Apesar da boa situação islandesa nas Eliminatórias, a missão não é das mais fáceis, muito por conta de seus adversários no grupo. Se por um lado a Letônia e o Cazaquistão não botam medo, de outro estão seleções muito mais experientes em competições de alto nível, como a Turquia, a República Tcheca e a poderosa Holanda.

Os primeiros grandes testes, no entanto, foram animadores. Vitórias convincentes dentro de casa contra Turquia (3×0) e Holanda (2×0), além da tranquila visita à Letônia que rendeu mais um triunfo (3×0). A invencibilidade só foi quebrada no último jogo, contra a República Tcheca, que agora lidera o grupo com 12 pontos. Em um jogo equilibrado e cheio de oportunidades, os tchecos fizeram valer o mando de campo e venceram por 2×1.

Para conseguir a classificação inédita, a Islândia tem como arma principal o entrosamento de uma base que atua em conjunto desde a Euro Sub-21, em 2011. Entre os destaques, alguns nomes conhecidos entre os torcedores que acompanham as maiores ligas europeias.

É do Campeonato Inglês, por exemplo, que vem uma das maiores estrelas do time, o meia Gylfi Sigurdsson, autor de 4 gols nas Eliminatórias, que atualmente defende o Swansea City. Ele divide as atenções com o centroavante Kolbeinn Sightorsson, titular do Ajax, contando ainda com o apoio dos meias Halfredsson (Verona-ITA) e Gunnarsson (Cardiff City-GAL), capitão do time.

Sigthorsson em ação pelo Ajax (Foto: Ajax/Divulgação)
Sigthorsson em ação pelo Ajax (Foto: Ajax/Divulgação)

Além do entrosamento a chave do time é a solidez do sistema defensivo, fortalecido pela participação dos jogadores de frente na marcação. O esquema compacto, que segue a tendência das grandes equipes da atualidade, é fruto do trabalho e do estudo da dupla de treinadores no comando da seleção, formada pelo islandês Heimir Hallgrimsson e o sueco Lars Lagerback, que participou das Copas de 2002 e 2006 treinando a seleção de seu país.

Localizada próxima ao Círculo Polar Ártico, a Islândia é frequentemente conhecida por ser um lugar frio. Mas pelo menos dentro de campo, o clima costuma ser quente, graças aos torcedores que fazem muito barulho e transformam o estádio Laugardalsvöllur(!), na capital Reykjavik (!!) em um caldeirão. Além disso, o povo local é menos sisudo do que parece, como mostram os jogadores do simpático Stjarnan, especialistas em comemorações alternativas:

É praticamente impossível imaginar que um país como a Islândia, com cerca de 300 mil habitantes, possa alcançar no futebol o mesmo sucesso atingido pela sua própria sociedade, em que 99% dos cidadãos são alfabetizados, entre outros predicados. Mas a geração é boa, vive um grande momento e tem tudo para dar um passo histórico rumo aos grandes cenários do esporte.

 

 

 

 

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